Mundo

Equipes de saúde da Libéria ameaçam endurecer greve

As equipes médicas são muito vulneráveis: 201 profissionais de saúde contraíram a doença na Libéria, 95 dos quais morreram, segundo a OMS

Unidade de saúde na Libéria: morreram 2.316 vítimas do ebola no país, diz a OMS (AFP)

Unidade de saúde na Libéria: morreram 2.316 vítimas do ebola no país, diz a OMS (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 18h30.

As equipes de saúde da Libéria, o país mais afetado pela epidemia de ebola, ameaçaram nesta segunda-feira endurecer sua greve para conseguir receber um adicional de periculosidade, enquanto os Estados Unidos acompanhavam de perto o segundo caso de contaminação fora da África.

"A partir desta segunda-feira estaremos em greve nacional em todos os hospitais e centros de saúde, incluindo os centros de tratamento do ebola", declarou no domingo à AFP o presidente do sindicato do setor, Joseph Tamba.

Na Libéria morreram 2.316 das 4.033 vítimas do ebola em sete países, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

As equipes médicas são muito vulneráveis: 201 profissionais de saúde contraíram a doença na Libéria, 95 dos quais morreram, segundo a OMS.

Dezenas de doentes faleceram na clínica Island de Monróvia, a capital, desde o início da greve, na sexta-feira, indicou um representante dos funcionários.

No entanto, a situação continua sendo difícil de avaliar, já que as autoridades liberianas proibiram o acesso aos hospitais da maioria dos meios de comunicação.

Nos Estados Unidos, as autoridades de saúde confirmaram no domingo a primeira infecção por ebola no país.

A doente americana, que pediu o anonimato, é uma trabalhadora de saúde do hospital Texas Health de Dallas, onde na semana passada um liberiano infectado pelo vírus morreu.

Ela formava parte da equipe que tratou o liberiano e o contágio é atribuído a uma falha no protocolo de proteção.

Não existe nenhuma vacina ou tratamento homologado contra o vírus, que é transmitido por contato direto com fluidos corporais quando o doente desenvolveu os sintomas (febre, vômitos, dores).

A equipe médica deve utilizar um uniforme de proteção para evitar o contágio.

"Ignoramos o que ocorreu (...) mas, em certo momento, houve uma falha no protocolo que causou a infecção", afirmou o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês), Thomas Frieden.

A doente disse, por sua vez, ter respeitado o protocolo e afirmou que utilizava o equipamento recomendado pelo CDC (máscara, luvas e uniforme de proteção). No domingo estava em um estado estável com leves sintomas e uma febre fraca, segundo fontes médicas.

Outro doente americano, o cinegrafista da NBC Ashoka Mukpo, infectado na Libéria, está melhorando muito.

"Responde aos tratamentos", disse no domingo o médico Phil Smith, do Nebraska Medical Center de Omaha, onde está internado.

A funcionária de saúde americana é a segunda pessoa contaminada fora da África, depois da espanhola Teresa Romero, uma auxiliar de enfermagem de 44 anos que contraiu o vírus ao cuidar de um missionário repatriado de Serra Leoa com a doença.

Esta última pode ter sido infectada ao tocar o rosto com uma luva infectada, segundo o hospital onde foi internada na última segunda-feira.

Seu estado de saúde melhora com uma diminuição da carga viral, anunciou no domingo Fernando Simón, coordenador do centro de alertas e emergências sanitárias.

"Há grandes esperanças de que a infecção esteja em processo de controle" porque não tem mais febre, indicou, lembrando que seu estado seguia grave, mas estável.

O diretor do hospital de Madri Carlos III, onde estão internados todos os que tiveram contato com Teresa Romero, disse nesta segunda-feira que a Espanha terá superado o risco de ebola no dia 27 de outubro se, na ocasião, nenhuma destas pessoas apresentar sintomas.

Acompanhe tudo sobre:Direitos trabalhistasDoençasEbolaEpidemiasGrevesSaúde

Mais de Mundo

Trump nomeia Keith Kellogg como encarregado de acabar com guerra na Ucrânia

México adverte para perda de 400 mil empregos nos EUA devido às tarifas de Trump

Israel vai recorrer de ordens de prisão do TPI contra Netanyahu por crimes de guerra em Gaza

SAIC e Volkswagen renovam parceria com plano de eletrificação