Mundo

Equipes de resgate buscam sobreviventes após tornado nos EUA

Pelo menos 101 pessoas foram retiradas vivas dos escombros, disse Terri Watkins, porta-voz do Departamento dos Serviços de Emergência de Oklahoma


	Tornado em Oklahoma, Estados Unidos: por volta de 29.000 pessoas permaneciam sem energia elétrica nesta terça, de acordo com o OG&E, o serviço de utilidade pública local.
 (GettyImages)

Tornado em Oklahoma, Estados Unidos: por volta de 29.000 pessoas permaneciam sem energia elétrica nesta terça, de acordo com o OG&E, o serviço de utilidade pública local. (GettyImages)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2013 às 14h15.

Washington - Equipes de resgate buscavam sobreviventes nesta terça-feira, em uma região próxima à cidade de Oklahoma, devastada por um tornado que deixou dezenas de mortos, incluindo crianças.

A porta-voz dos serviços de saúde do estado de Oklahoma, Amy Elliott, disse que 24 mortes tinham sido confirmadas. Antes, registros indicavam um número maior de óbitos, mas acredita-se que novas mortes serão confirmadas à medida que os trabalhos de busca avançarem.

Pelo menos 101 pessoas foram retiradas vivas dos escombros, disse Terri Watkins, porta-voz do Departamento dos Serviços de Emergência de Oklahoma, enquanto redes de notícias locais indicaram que mais de 200 pessoas ficaram feridas.

Alguns dos mortos pelo tornado registrado no meio da tarde eram crianças com menos de 12 anos, soterradas quando o funil de mais de três quilômetros de largura destruiu uma escola primária na cidade de Moore, no subúrbio de Oklahoma.

O presidente Barack Obama declarou a região "área de desastre", enquanto até mesmo os moradores mais antigos, que vivenciaram fenômenos climáticos destruidores, estavam chocados com tamanha devastação causada.

Em um discurso televisionado feito na Casa Branca, Obama fez uma menção especial às vítimas jovens, ao homenagear as famílias atingidas, e prometeu fornecer aos sobreviventes a ajuda que precisarem para que reconstruam suas vidas.


"Os moradores de Moore devem estar cientes de que o seu país continuará ao seu lado enquanto for necessário para que suas casas e escolas sejam reconstruídas," disse Obama.

"Existem espaços vazios onde antes havia salas de estar, quartos, salas de aula, e teremos que preencher esses espaços com amor", afirmou.

O fenômeno devastador -- com fortes ventos de 322 quilômetros por hora -- desfazia casa por casa, incendiava construções, derrubava linhas de energia e fazia carros voarem.

Meteorologistas descreviam uma tempestade épica de cerca de três quilômetros de extensão durante a tarde, enquanto imagens de helicópteros mostravam um tornado negro sobre áreas densamente povoadas.

"Para mim, este é bem maior do que qualquer um que já vi. É absolutamente gigantesco. É horrível", afirmou ao NBC Today Show a governadora de Oklahoma, Mary Fallin, nesta terça.


"Parece que alguém detonou alguma coisa que destruiu estruturas, não quarteirões, mas milhares de áreas, e prédios maiores, de hospitais a escolas, de bancos a shopping centers, cinemas."

Imagens da rede de televisão local mostravam crianças sendo retiradas dos escombros de uma escola de Moore na segunda-feira. Esta comunidade residencial possui cerca de 55.000 moradores e fica localizada ao sul da capital do estado de Oklahoma.

"Tive que me proteger atrás de um muro para me manter a salvo", disse uma jovem.

O Centro Médico de Moore foi evacuado depois que foi constatado um abalo na estrutura do prédio, e as autoridades do estado pediram ajuda à Guarda Nacional nos esforços de socorro às vítimas, enquanto Obama mobilizou ajuda federal para os trabalhos de resgate.

As operações de resgate, já dificultadas por montanhas de escombros e pelas torres de energia derrubadas, podem se deparar com mais obstáculos, já que os serviços meteorológicos alertam para a ocorrência de mais tempestades na região.

No Twitter, o Serviço Nacional de Meteorologia deu ao tornado uma escala preliminar de EF-4, indicando que o fenômeno registrou ventos de 166 a 200 milhas por hora -- mais fortes do que os de um furacão de categoria cinco.


No centro da cidade de Oklahoma, as sirenes de tornados foram acionadas pelo menos três vezes e a estrada interestadual 35 -- uma via movimentada da região -- foi fechada para todos os veículos, à exceção dos de emergência.

Em Moore, imagens ao vivo da rede KFOR mostravam pessoas escavando com as próprias mãos entre os escombros e até um casal de cavalos de um haras local que tentava sobreviver à tempestade.

O tornado de segunda-feira seguiu o mesmo caminho do tornado de maio de 1999 que matou 44 pessoas, feriu centenas e destruiu milhares de casas.

Tornados atingem com frequência amplas áreas abertas de Oklahoma, mas o de segunda afetou uma área urbana populosa e suscitou temores de um grande número de mortes.

Devido ao solo forte, muitas casas foram construídas com porões ou abrigos contra tempestades onde os moradores podiam se proteger.

A cidade de Oklahoma está localizada na chamada "Alameda dos Tornados", que se estende de Dakota do Sul ao Texas, uma área particularmente vulnerável esses fenômenos climáticos.


Os moradores de Moore estavam chocados com a paisagem desoladora deixada pelo tornado.

"Não sobrou nada da minha casa", disse uma mulher não-identificada à CNN. "Perdemos animais. Perdemos tudo".

Por volta de 29.000 pessoas permaneciam sem energia elétrica nesta terça, de acordo com o OG&E, o serviço de utilidade pública local.

Em um sinal de que mais caos pode estar por vir, o Serviço Nacional de Meteorologia indicou a possível ocorrência de novos tornados no final desta terça-feira, indicando que partes de Oklahoma, Arkansas, Louisiana e Texas devem ser as mais afetadas.

Acompanhe tudo sobre:Desastres naturaisEstados Unidos (EUA)MortesPaíses ricos

Mais de Mundo

Policial argentino detido na Venezuela é processado por 'terrorismo'

Israel realiza operação perto de importante hospital de Gaza

Incêndio de grandes proporções atinge famosa vila de Natal em parque de Nova York; veja vídeo

Otan reforçará sua presença no Báltico após suposta sabotagem russa de cabo submarino