Equipe de campanha de Trump tentou comprar meu silêncio, diz ex-assessora
Omarosa Newman divulgou áudio segundo qual campanha de Trump lhe ofereceu emprego após ela ter sido demitida pelo governo
EFE
Publicado em 16 de agosto de 2018 às 18h47.
Nova York - Ex-assessora da Casa Branca, Omarosa Manigault Newman divulgou nesta quinta-feira um áudio gravado por ela segundo o qual a campanha para a reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos lhe ofereceu um emprego após ela ter sido demitida pelo governo.
De acordo com Omarosa, a oferta foi uma tentativa por parte da equipe do presidente de "comprar" seu silêncio.
A gravação representa um novo episódio no litígio entre Trump e a ex-assessora, que veio à tona nos últimos dias por causa da publicação de um polêmico livro que ela escreveu sobre sua passagem pela Casa Branca.
Este áudio, divulgado na rede de televisão "MSNBC", mostra uma conversa entre Omarosa e Lara Trump, uma das noras do presidente e integrante de sua campanha eleitoral.
Segundo a ex-assessora, a gravação foi feita poucos dias depois de sua demissão e mostra como a equipe de Trump tentou "comprar" o silêncio dela com um salário de US$ 15 mil mensais, similar ao que tinha no governo.
Em declarações à "MSNBC", Omarosa reiterou que viu "corrupção" durante o período em que trabalhou na Casa Branca e deu a entender que conta com mais gravações para se defender de possíveis ataques.
Em resposta, Lara Trump divulgou hoje um comunicado no qual garantiu que ofereceu o cargo à ex-assessora pela boa relação pessoal que tinha com ela e antes de conhecer as "graves violações de ética e integridade" que cometeu na Casa Branca e que supostamente lhe custaram o posto no governo.
A nora do presidente classificou a gravação como "fraude" e se disse "triste" com a "traição" da ex-colaboradora de Trump.
"Espero que isto valha a pena para você, Omarosa, porque em algumas coisas não se pode colocar um preço", concluiu Lara Trump.
Nesta semana, a equipe da campanha eleitoral de Trump apresentou um procedimento arbitral contra Omarosa, a quem acusa de violar um acordo de confidencialidade assinado antes das eleições.
Após a publicação do livro "Unhinged" ("Desequilibrado", em tradução livre), no qual narra o período em que esteve no governo, Omarosa foi alvo de vários ataques por parte do presidente.
Em uma mensagem no Twitter, Trump chegou a chamá-la de "cadela", "louca" e "chorona".