Ban Ki-moon:secretário-geral da ONU recebeu ontem o relatório das mãos do professor Sellstrom e fará um pronunciamento a partir das 13h50 (de Brasília) (Lucas Jackson/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2013 às 12h28.
Os inspetores da ONU encontraram provas "claras e convincentes" do uso de gás sarin no ataque perpetrado em 21 de agosto nos arredores de Damasco, na Síria, no qual morreram cerca de 1.400 pessoas.
A constatação foi feita pelos analistas independentes na primeira página do informe elaborado a partir das evidências coletadas pela equipe liderada pelo professor Ake Sellstrom durante visita à Síria no final de agosto.
Os inspetores asseguram que as amostras químicas, médicas e ambientais recolhidas no terreno fornecem provas "claras e convincentes" de que neste dia foram usados foguetes terra-terra com o agente sarin.
"A conclusão é que no conflito na Síria foram usadas armas químicas contra civis, incluídos menores de idade, em uma escala relativamente grande", afirmaram os inspetores das Nações Unidas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que recebeu ontem o relatório das mãos do professor Sellstrom, deve se reunir com os membros do Conselho de Segurança e fará um pronunciamento a partir das 13h50 (de Brasília).
O relatório chega dois dias depois dos Estados Unidos e Rússia chegarem a um acordo para dar ao regime de Bashar al Assad um prazo de sete dias para fazer um inventário de seu arsenal químico e para que até em meados de 2014 ele seja destruído.
França, Estados Unidos e o Reino Unido pediram hoje ao Conselho de Segurança da ONU que aprove uma "resolução forte" sobre o conflito na Síria "que preveja consequências sérias" se o acordo não for cumprido.
Já o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, criticou o pedido ocidental de uma "resolução forte" contra a Síria ao considerar que foge do estipulado com o secretario de Estado dos EUA, John Kerry, em Genebra.
O ministro sírio de Informação, Omran al-Zoubi, disse que seu país "cumprirá" com uma resolução do Conselho de Segurança, que aceita a proposta russa para desmantelar seu arsenal e que se unirá à Convenção sobre Armas Químicas.