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Walkie-Talkies do Hezbollah explodem e matam 9 pessoas nesta quarta, um dia após ataque com pagers

Explosões atingiram radio-comunicadores usados pelo grupo libanês, um dia após grande ataque a pagers

Reprodução de vídeo mostra explosão de pager no Líbano na terça, 17 (AFP)

Reprodução de vídeo mostra explosão de pager no Líbano na terça, 17 (AFP)

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 12h08.

Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 13h44.

Um dia após ser alvo de um ataque orquestrado contra pagers, o grupo libanês Hezbollah registrou novas explosões em seus walkie-talkies. Uma onda de explosões nos rádios de comunicação deixou ao menos nove mortos e 300 feridos nesta quarta-feira, 18, segundo a mídia estatal do Líbano.

As explosões foram registradas durante a tarde, no horário local, no sul do país e nos subúrbios da capital, Beirute. Segundo o jornal The Times of Israel, um dos ataques atingiu um funeral, que reunia vítimas das explosões de ontem.

O novo incidente também ocorreu no mesmo dia em que o secretário-geral da ONU, António Guterres, repudiou o uso de objetos civis como armas.

"Esta deveria ser uma regra para todos no mundo, que os governos deveriam ser capazes de aplicar", disse Guterres à imprensa, em referência ao ataque de terça-feira. " Tão importante quanto o evento em si é o indício que confirma que existe um grave risco de escalada dramática no Líbano, e deve-se fazer tudo o que for possível para evitá-la".

À agência Reuters, uma fonte do Hezbollah confirmou que os walkie-talkies usados pelo grupo eram o alvo. Uma alta fonte de segurança disse que as explosões foram de pequena magnitude, semelhante ao ataque de terça, e afirmou que as agências de segurança investigariam o assunto mais a fundo. A mesma fonte acrescentou que o Hezbollah comprou os walkie-talkies portáteis há cerca de cinco meses, na mesma época em que o grupo adquiriu os pagers.

Especialistas sugerem que os pagers usados pelo Hezbollah foram sabotados com explosivos antes de serem entregues ao grupo, e que Israel pode ter infiltrado a cadeia de suprimentos. O ataque de terça-feira, que também feriu o embaixador iraniano em Beirute, Mojtaba Amani, e matou a filha de 10 anos de um membro do Hezbollah, representa um golpe significativo para o grupo. A organização prometeu vingança e continua seus ataques transfronteiriços contra Israel em apoio ao grupo terrorista Hamas.

A situação é extremamente volátil, com o aumento das tensões e a possibilidade de um conflito regional mais amplo. As principais companhias aéreas como Lufthansa e Air France suspenderam seus voos para Tel Aviv, Teerã e Beirute até quinta-feira.

Ataque com pagers

Na terça, ao menos 12 pessoas morreram e mais de 2.800 ficaram feridas, cerca de 200 delas em estado grave, por causa da explosão em cadeia de centenas de pagers, que eram usados pelo Hezbollah. O grupo usava estes equipamentos antigos para tentar fugir da espionagem feita por Israel.

A causa das explosões ainda não foi confirmada. O governo do Líbano acusou Israel pelo ataque. Israel e Hezbollah se enfrentam há anos, com uma troca constante de ataques de formas variadas.

A forma como as explosões foram planejadas também é investigada. A principal hipótese é que agentes de Israel podem ter interceptado um carregamento de pagers que iria para o Hezbollah e pode ter incluído explosivos neles, que depois foram detonados à distância.

Com informações de EFE e O Globo.

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