Equador discute com Reino Unido destino de fundador do WikiLeaks
Assange, 47, refugiou-se em 2012 na embaixada equatoriana no Reino Unido para evitar ser extraditado para a Suécia
AFP
Publicado em 29 de julho de 2018 às 12h59.
O Equador discute com o Reino Unido o destino do fundador do WikiLeaks, Julian Assange , refugiado desde 2012 na embaixada daquele país em Londres, afirmou o presidente equatoriano, Lenín Moreno, em entrevista divulgada neste domingo.
"Entendo que já estamos estabelecendo contato com a procuradoria jurídica do senhor Assange para encontrar uma saída", declarou Moreno ao jornal "El País" na última quinta-feira, em Madri.
"O senhor Assange está há mais de cinco anos assim, deve-se encontrar uma saída para ele que defenda seus direitos, principalmente o direito à vida, e que, ao mesmo tempo, possa dar ao Equador a possibilidade de não ter o que certamente representa um problema para o nosso país", acrescentou o presidente.
Assange, 47, refugiou-se em 2012 na embaixada equatoriana no Reino Unido para evitar ser extraditado para a Suécia por supostos crimes de agressão sexual, que sempre negou ter cometido.
O ciberativista australiano afirma que a acusação teve motivação política, e teme acabar sendo extraditado para os Estados Unidos, por ter divulgado milhares de documentos secretos daquele país através de seu site WikiLeaks.
A Justiça sueca abandonou a última causa por estupro em maio de 2017, mas um tribunal de Londres rejeitou em fevereiro arquivar o caso Assange, alegando descumprimento das condições de sua liberdade sob fiança.
Moreno, que visitou esta semana o Reino Unido e a Espanha, indicou que a solução ideal seria que Assange cumprisse pena no Reino Unido por ter violado os termos de sua condicional, e, em seguida, fosse para um local onde ficasse tranquilo.