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Equador denuncia 40 milhões de ciberataques após expulsão de Assange

Na quinta-feira passada, o presidente Lenín Moreno revogou o asilo diplomático concedido a Assange em 2012

Fundador da WikiLeaks, Julian Assange, na sacada da embaixada do Equador, em Londres (Neil Hall/Reuters)

Fundador da WikiLeaks, Julian Assange, na sacada da embaixada do Equador, em Londres (Neil Hall/Reuters)

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AFP

Publicado em 15 de abril de 2019 às 18h58.

O governo do Equador registrou mais de 40 milhões de ciberataques em sites de instituições públicas após cancelar o asilo diplomático do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, informaram nesta segunda-feira, 15, as autoridades locais.

Desde a última quinta-feira "foram registrados mais de 40 milhões de ataques cibernéticos provenientes principalmente dos Estados Unidos, Brasil, Holanda, Alemanha, Romênia, França, Áustria, Reino Unido e também daqui, do nosso território", informou Patricio Real, vice-ministro de Tecnologia da Informação e Comunicação.

Na quinta-feira passada, o presidente Lenín Moreno revogou o asilo diplomático concedido a Assange em 2012, alegando que foram violadas várias normas para sua permanência e proteção na embaixada do país em Londres. O governo também cancelou a nacionalidade equatoriana outorgada ao jornalista em 2017.

O subsecretário de Governo Eletrônico, Javier Jara, explicou que "a partir das ameaças recebidas por estes grupos relacionados a Julian Assange", o país foi alvo de "ataques conhecidos como ataques volumétricos" que impedem o acesso aos sites.

As principais instituições afetadas são o ministério das Relações Exteriores, banco central, a presidência, receita federal e alguns ministérios e universidades.

Apesar do número de ataques, o dobro do que é registrado normalmente, as instituições não divulgaram se houve roubo de informação ou se dados forma apagados.

"Apesar dos 40 milhões de ataques registrados, ocorreram apenas algumas instabilidades na prestação dos serviços", acrescentou o vice-ministro.

Após a medida contra Assange, a ministra do Interior, María Paula Romo, denunciou que uma pessoa próxima ao jornalista australiano estava envolvida num plano de desestabilização contra o governo.

Por conta disso, as autoridades prenderam o sueco Ola Bini, que tem uma ordem de prisão preventiva pelo suposto delito de ataques na internet.

Romo também destacou que dois hackers russos que vivem no Equador também estão vinculados a "ataques sistemáticos" contra o governo equatoriano, sem indicar qualquer conexão deles com o WikiLeaks.

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