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Envenenamento, avião derrubado e queda em janela: as misteriosas mortes dos opositores de Putin

O último caso aconteceu nesta terça-feira, quando Leonid Volkov, opositor russo exilado e aliado do falecido dissidente Alexei Navalny, foi hospitalizado após ser atacado em frente à sua residência na Lituânia

Berezovsky ajudou Putin no início da trajetória do político, mas logo se desentendeu com ele (REUTERS/Andrew Winning/Files)

Berezovsky ajudou Putin no início da trajetória do político, mas logo se desentendeu com ele (REUTERS/Andrew Winning/Files)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 13 de março de 2024 às 14h52.

Última atualização em 13 de março de 2024 às 14h54.

Leonid Volkov, opositor russo exilado e aliado do dissidente Alexei Navalny (morto em fevereiro sob condições suspeitas), foi hospitalizado nesta terça-feira, 12, após ser atacado em frente à sua residência na Lituânia, informou a polícia local à AFP. Volkov, de 43 anos, é uma das figuras mais proeminentes da oposição russa. Além de ter sido chefe de gabinete de Navalny, até o ano passado foi presidente da fundação anticorrupção fundada pelo principal opositor do presidente Vladimir Putin.

O episódio de Volkov é só mais um envolvendo ataques (alguns mortais) a opositores do regime de Vladimir Putin, que está no poder desde 2000 e é o franco favorito nas eleições gerais deste final de semana que podem lhe dar mais seis anos no comando da Rússia.

Relembre outras figuras críticas ao governo de Putin que foram atacadas ou mortas nos últimos anos, segundo levantamento da BBC.

Boris Berezovsky

Megaempresário e ex-parceiro de Roman Abramovich (ex-dono do Chelsea), ajudou a levar Putin ao poder. No entanto, se desentendeu com o político russo e deixou a Rússia para viver em exílio no Reino Unido. Berezovsky chegou a ser investigado no Brasil por possíveis vínculos com a empresa MSI, que firmou em 2004 uma parceria com o Corinthians.

Berezovsky morreu em 2013 encontrado em um banheiro com uma corda enrolada no pescoço.

Yevgeny Prigozhin

O líder do grupo mercenário Wagner morreu em acidente de avião em agosto de 2023 semanas após conduzir suas tropas em direção a Moscou numa tentativa de golpe de Estado.

Prigozhin ganhou destaque pelo papel que o grupo mercenário vinha desempenhando na guerra na Ucrânia. Embora lutasse contra a Ucrânia, Prigozhin criticava abertamente chefes militares russos pelas estratégias adotadas no conflito.

Boris Nemtsov

Antes da era Putin, ou seja, antes de 2000, Nemtsov serviu como governador da região de Nizhny Novgorod, ministro de Energia e depois como vice-primeiro-ministro.

Ele também foi eleito para o Parlamento da Rússia. Em seguida, se tornou cada vez mais proeminente em sua oposição ao governo e publicou uma série de relatórios críticos a Putin, além de liderar inúmeras marchas de oposição.

Em 27 de fevereiro de 2015, Nemtsov foi baleado quatro vezes ao cruzar uma ponte. Isso horas depois de apelar por apoio para uma marcha contra a invasão inicial da Rússia na Ucrânia, ocorrida em 2014.

Pavel Antov

O empresário russo caiu da janela de um hotel na Índia em 25 de dezembro de 2022, dias após comemorar seu aniversário. E por que a suspeita? Ele havia divulgado críticas à guerra com a Ucrânia no WhatsApp, mas apagou a mensagem e disse que outra pessoa a havia escrito.

Dias antes de sua morte, um amigo de Antov, Vladimir Budanov, também morreu no mesmo hotel.

Alexander Litvinenko

O ex-agente da KGB (serviço secreto da era soviética) morreu três semanas depois de beber uma xícara de chá em 2006 em um hotel de Londres. A bebida continha polônio-210, uma substância fatal.

Uma investigação britânica afirmou que Litvinenko foi envenenado por agentes da FSB (serviço russo de segurança). Litvinenko era crítico de Putin e o havia acusado, entre outras coisas, de explodir um prédio e ordenar a morte de adversários políticos

Anna Politkovskaya

Jornalista, tornou-se conhecida pela cobertura da segunda etapa da Guerra da Chechênia. Denunciou o governo Putin por corrupção e violações de direitos humanos, especialmente no conflito checheno.

Em 7 de outubro de 2006, mesmo dia em que Putin completou 54 anos, Anna Politkovskaya, então com 48 anos e mãe de dois filhos, foi assassinada no elevador de seu prédio, no centro de Moscou.

Em junho de 2014, cinco homens foram condenados à prisão pelo assassinato.

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