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Enfraquecida em eleição, Merkel fará batalha para formar coalizão

Bloco conservador de Merkel ficou com 33 por cento dos votos, uma redução de 8,5 pontos em relação à votação de 2013 e seu nível mais baixo desde 1949

Angela Merkel: líder mais poderosa da Europa disse que conservadores colocarão mãos à obra para formar um novo governo (Wolfgang Rattay/Reuters/Reuters)

Angela Merkel: líder mais poderosa da Europa disse que conservadores colocarão mãos à obra para formar um novo governo (Wolfgang Rattay/Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 08h55.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, se voltará à tarefa de sondar parceiros para formar um novo governo de coalizão depois de conquistar um quarto mandato na eleição de domingo, da qual saiu enfraquecida pelo aumento do apoio à extrema-direita.

Prejudicado pela decisão tomada dois anos atrás de acolher um milhão de imigrantes na Alemanha, o bloco conservador de Merkel ficou com 33 por cento dos votos, uma redução de 8,5 pontos em relação à votação de 2013 e seu nível mais baixo desde 1949.

O establishment alemão ficou chocado com a votação para o partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), que conquistou 12,6 por cento das urnas. Será a primeira vez que uma legenda de extrema-direita estará no Parlamento da Alemanha em mais de meio século.

O partido de Merkel ainda é o maior bloco parlamentar, e a líder mais poderosa da Europa disse que conservadores colocarão mãos à obra para formar um novo governo. Ela afirmou ter certeza de que o país terá uma coalizão até o Natal.

"Não pode ser formado um governo de coalizão contra nós", disse.

Os investidores ficaram apreensivos com a perspectiva de uma Merkel mais fraca no comando de uma coalizão potencialmente instável com o pró-empresariado Partido Democrático Liberal (FDP) e os Verdes.

"O resultado fraco pode transformar Angela Merkel em um pato manco muito mais rápido do que os observadores internacionais e os mercados financeiros pensam", disse Carsten Brzeski, economista da consultoria ING.

O euro teve queda no início do pregão desta segunda-feira, e as ações alemãs também abriram ligeiramente mais fracas, com um recuo de 0,2 por cento na abertura. Os títulos da dívida alemã cresceram devido à procura por papéis de baixo risco na esteira da eleição.

"Terremoto, alerta, deslizamento de terra, choque. Esta eleição só pode ser descrita com tal vocabulário dramático. Foi uma eleição anti-Merkel que terminou como uma eleição pró-Merkel", disse o jornal de negócios Handelsblatt.

Muitos alemães ficaram alarmados com a ascensão de um partido que o ministro das Relações Exteriores comparou com os nazistas. Manifestantes atiraram pedras e garrafas contra a polícia durante a comemoração do AfD em Berlim na noite de domingo.

"O AfD no Bundestag (Parlamento) é prejudicial ao nosso país", disse Ingo Kramer, líder da central sindicial BDA. "Os outros partidos agora têm a tarefa de encurralar o AfD nos debates parlamentares diretos".

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