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Encontrados na Libéria fugitivos infectados com ebola

Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a epidemia segue em propagação na África Ocidental, mas destacou sinais promissores na Nigéria e em Guiné

Rua de um distrito de Monróvia: fugitivos infectados com ebola foram encontrados (Zoom Dosso/AFP)

Rua de um distrito de Monróvia: fugitivos infectados com ebola foram encontrados (Zoom Dosso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2014 às 15h31.

Monróvia - A Libéria anunciou nesta terça-feira que encontrou os 17 pacientes infectados com ebola que fugiram no fim de semana de um centro de isolamento em Monróvia, uma fuga que havia provocado o temor de uma expansão da epidemia contagiosa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a epidemia segue em propagação na África Ocidental, mas destacou sinais promissores em dois dos países afetados, Nigéria e Guiné.

Desde o início da epidemia, em março, a febre hemorrágica muito contagiosa provocou 1.229 mortes (casos confirmados, suspeitos ou prováveis), segundo o balanço mais recente da OMS de 16 de agosto: 466 na Libéria, 394 em Guiné, 365 em Serra Leoa e quatro na Nigéria.

Um missionário espanhol também morreu, no início de agosto, em um hospital de Madri, poucos dias depois de ter sido repatriado da Libéria.

Infectados com ebola retornam a pé

Dezessete pacientes infectados com o vírus ebola que fugiram de um centro de quarentena em Monróvia atacado durante o fim de semana foram encontrados, anunciou nesta terça-feira o ministro liberiano da Informação, Lewis Brown.

"Os 17 pacientes que fugiram do centro para enfermos de ebola foram encontrados. Retornaram a pé ao hospital JFK", o principal do país, afirmou à AFP o ministro.

Os 17 haviam sido internados em um centro de isolamento no bairro de West Point, subúrbio de Monróvia, e seriam transferidos a um hospital.

Brown também informou que seis integrantes da equipe médica reagiram de maneira positiva a um soro experimental americano.

O centro de isolamento da capital liberiana foi atacado e saqueado na madrugada de domingo por homens armados com facas e cassetetes. Eles alegavam que não acreditavam na presença do vírus.

"O pior é que os que saquearam o centro pegaram colchões e toalhas manchadas de fluidos dos corpos dos doentes", lamentou na segunda-feira Brown, que chegou sugerir a possibilidade de colocar em quarentena o bairro de West Point, de 75.000 habitantes. A medida já foi adotada em três províncias do norte do país.

Novos casos de ebola

Segundo a OMS, entre 14 e 16 de agosto foram registrados 113 novos casos de ebola e 84 mortes nos países africanos, 53 delas apenas na Libéria, onde a situação é considerada especialmente preocupante.

A progressão da epidemia é intensa, apesar da mobilização internacional, sem precedentes desde o surgimento da doença em 1976.

Mas a OMS - que decretou em 8 de agosto uma emergência de saúde pública mundial e recomendou medidas de exceção nos países afetados - citou leves melhorias na Nigéria, o país de maior população da África, e também em Guiné.

"Há sinais promissores nos dois países", declarou a porta-voz da organização, Adelfa Chaira, em Genebra.

"O que é um bom sinal na Nigéria é que até agora foi identificada apenas uma cadeia de transmissão", disse, em referência a um homem com cidadania americana e liberiana, Patrick Sawyer, que faleceu no fim de julho em Lagos, onde desembarcou para uma viagem, e as pessoas que contaminou.

"É uma boa notícia", disse, antes de citar os "efeitos positivos" das medidas tomadas e a "vigilância" das autoridades nigerianas.

Em Guiné, origem da epidemia em março, a porta-voz citou "algumas medidas eficazes", mas destacou que o foco ainda não está controlado.

Mas diante da magnitude da crise na região, a OMS trabalha com o Programa Alimentar Mundial (PAM) para encaminhar ajuda a um milhão de pessoas que estão em quarentena em diversas regiões da Libéria, Nigéria e Serra Leoa.

Os demais países africanos continuam anunciando medidas preventivas. Camarões fechou na segunda-feira a fronteira com a Nigéria.

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