Energia elétrica: as companhias pedem ao governo pagamento de dívidas e que fornecimento de gás seja aprimorado (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2016 às 15h53.
Lagos - As maiores companhias de eletricidade da Nigéria vão interromper o fornecimento de energia caso o governo não pague dívidas já antigas e aprimore o fornecimento de gás, afirmaram as empresas em um comunicado conjunto nesta quarta-feira.
Em 2013, a Nigéria-- famosa pelos apagões-- começou a vender partes de sua empresa estatal de energia, que já enfrentava sérias dificuldades financeiras, em um processo de privatização que deveria melhorar o fornecimento de energia e atrair bilhões de dólares em novos investimentos, o que não no final não se concretizou.
Se as companhias cumprirem sua ameaça, a maioria das indústrias e residências do país vão ficar no escuro, com exceção daquelas que dependem de caros geradores movidos a diesel.
Seis empresas de geração de energia que compraram partes da elétrica estatal disseram que uma interrupção na produção é iminente se uma dívida de 156 bilhões de naira (485 milhões de dólares) de uma agência do governo não for paga. Eles também disseram que bancos têm cobrado antecipadamente empréstimos feitos a elas.
A Nigeria já pagou 186,7 bilhões de naira em dívidas atrasadas. O banco central entrou com um empréstimo de 213 bilhões de naira para manter o sistema em funcionamento e para permitir às empresas de energia acessar crédito, mas a queda no preço do petróleo tem pressionado a moeda nigeriana e elevado a necessidade de recursos pelas elétricas.
As companhias, que incluem a subsidiária de energia da Transcorp e a unidade de energia da Forte Oil disseram que se têm se sofrido para investir em melhorias em suas redes, uma vez que a importação de alguns equipamentos ficou muito cara devido à desvalorização da moeda naira.
Após a privatização, o governo comprometeu-se a rever as tarifas conforme mais energia fosse produzida e as linhas de transmissão do país expandidas para elevar o acesso à eletricidade, mas os reajustes não acompanharam o ritmo de alta dos custos, puxados pela desvalorização cambial, segundo especialistas.