Os produtores espanhóis consideram que as autoridades sanitárias de Hamburgo não atuaram com o devido zelo ao apontarem as hortaliças como causadores do surto (Natalia Kolesnikova/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2011 às 10h50.
Berlim - A cooperativa espanhola Frunet, apontada pelas autoridades de saúde de Hamburgo como uma das fontes do surto de "E. coli" que inicialmente se atribuiu a pepinos espanhóis, expressou nesta sexta-feira suas dúvidas a respeito do procedimento de análise para determinar a presença da bactéria.
"Achamos que houve erros na amostragem", denunciou em declarações à Agência Efe Antonio Lavao, gerente da Frunet, que pôs seu caso nas mãos de um escritório de advogados alemão com o qual estuda agora a possibilidade de reivindicar indenizações por danos e prejuízos.
Os produtores espanhóis consideram que as autoridades sanitárias de Hamburgo não atuaram com o devido zelo e que, entre outros erros, não se realizaram contranálises como estabelece a norma.
"Nos mencionaram diretamente como a origem do grande problema que há na Alemanha, mas não nos nomearam novamente de forma positiva quando descartaram que os pepinos espanhóis fossem o foco do surto", denunciou Lavao.
Os representantes da cooperativa malaguenha viajaram à Alemanha para que se restitua seu "bom nome", que passou a estar "mal visto".
"Viemos para recuperar a confiança de nossos clientes, a explicar quem somos e que realizamos todos os controles que necessários", assinalou o gerente de Frunet, que qualificou de "excessivamente grave" a situação que vive atualmente a empresa, cujo negócio se baseia principalmente na exportação e que "está parada desde as acusações".
"O mercado alemão é vital" para a cooperativa, que exporta mais de 30% de sua produção à Alemanha, país com o qual trabalham há 15 anos e onde conta também com "os melhores clientes".
Ao mesmo tempo, Lavao afirmou que os produtores espanhóis se sentem "tristes pelo problema de extrema gravidade" que vive atualmente a Alemanha como consequência deste perigoso surto, que já matou 17 pessoas, e outra na Suécia.