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Embaixador britânico diz desconhecer objetivo de May sobre Brexit

Em carta de renúncia, Ivan Rogers disse que Londres carece de negociadores experientes e pediu para que Bruxelas critique considerações duvidosas

Ivan Rogers: embaixador sugeriu que até mesmo sua equipe estava no escuro sobre o que o governo quer para o Brexit (François Lenoir/Reuters)

Ivan Rogers: embaixador sugeriu que até mesmo sua equipe estava no escuro sobre o que o governo quer para o Brexit (François Lenoir/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 11h48.

Londres - O embaixador do Reino Unido na União Europeia, que anunciou sua renúncia ao cargo, disse que os objetivos de negociação da primeira-ministra Theresa May para a saída britânica do bloco europeu são desconhecidos perante os representantes do governo em Bruxelas, de acordo com a BBC.

Em uma carta para servidores anunciando sua renúncia menos de três meses antes de a premiê iniciar as negociações formais para o chamado Brexit, Ivan Rogers disse que Londres carece de negociadores experientes e pediu para que a equipe em Bruxelas critique considerações duvidosas.

"Espero que vocês continuem a contestar argumentos pouco fundamentados e considerações confusas, e que vocês nunca tenham medo de falar a verdade àqueles no poder", disse Rogers em uma carta, publicada na íntegra pela BBC.

Além dos comentários gerais sobre conseguir o melhor acordo possível para quando a Grã-Bretanha deixar o bloco, Theresa May pouco revelou sobre seus objetivos de negociação, argumentando que ela não quer enfraquecer sua posição ao mostrar todas as suas cartas.

Rogers sugeriu que até mesmo sua equipe, a qual terá um papel fundamental nas complexas negociações com os outros 27 membros da UE, estava no escuro sobre o que o governo quer.

"Ainda não sabemos o que o governo vai estabelecer como objetivos de negociação para o relacionamento do Reino Unido com a UE após a saída", escreveu Rogers.

Ele também enfatizou a importância da experiência técnica e detalhou conhecimento de posições sobre o outro lado da mesa, e os motivos que outros países têm, dizendo que muitas oportunidades futuras dependeriam "do formato preciso dos acordos que podemos negociar."

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