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Em meio a coronavírus, Papa defende renda básica universal a trabalhadores

Na missa de Páscoa, que ocorreu sem a presença de fiéis por causa da covid-19, o Pontífice já havia pedido perdão de dívidas dos países pobres

Papa Francisco: o pontífice defendeu uma mudança no modelo de produção e distribuição de renda da população mundial (Remo Casilli/Reuters)

Papa Francisco: o pontífice defendeu uma mudança no modelo de produção e distribuição de renda da população mundial (Remo Casilli/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2020 às 20h31.

Em uma carta enviada para movimentos e organizações sociais, o papa Francisco defendeu a criação de uma renda básica universal para trabalhadores precários, autônomos e informais durante a pandemia do novo coronavírus.

"Vocês, trabalhadores precários, independentes, do setor informal ou da economia popular, não têm um salário estável para resistir a este momento. A quarentena é insuportável para vocês. Talvez tenha chegado o momento de pensar em uma forma de renda universal que reconheça e dê dignidade aos nobres e insubstituíveis trabalhos que vocês desenvolvem", diz Francisco no documento.

O papa ressaltou que o isolamento afeta agressivamente os que não têm uma renda estável para passar pelo atual momento. “Os males que afligem a todos, os atingem duas vezes mais”, escreveu.

O pontífice já havia pedido, durante a missa de Páscoa, na Basílica de São Pedro, que as dívidas dos países mais pobres fossem perdoadas em meio aos efeitos da pandemia da covid-19. A celebração ocorreu sem fiéis por causa da quarentena e do isolamento social.

O Papa ressaltou que a criação de uma renda para os vulneráveis é uma oportunidade de se fazer cumprir o ideal  que diz que "nenhum trabalhador deve ficar sem direitos".

Francisco também defendeu a atuação dos movimentos sociais. "Vocês são, para mim, verdadeiros 'poetas sociais' que, das periferias esquecidas, criam soluções dignas para os problemas mais graves dos excluídos", escreveu.

O papa ainda pediu uma mudança global com a pandemia do coronavírus. “Nossa civilização - tão competitiva, tão individualista, com seus ritmos frenéticos de produção e consumo, seus luxos extravagantes, seus lucros desproporcionais apenas para alguns - precisa parar, fazer um balanço e se renovar”.

Ações de governos

Com os efeitos econômicos do coronavírus sobre as economias, governos têm tomado medidas para tentar minimizar os prejuízos e garantir alguma forma de renda para a população mais vulnerável.

No Brasil, a equipe econômica liberou um auxílio emergencial de 600 reais para trabalhadores autônomos e informais pelo período de três meses.

Nos Estados Unidos, o governo anunciou cheques de 1.200 dólares para trabalhadores e o Canadá implementou um pacote de ajuda de cerca de 1.500 dólares.

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