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Em caso de guerra, porta-aviões dos EUA seriam alvo, diz Irã

Os comentários do almirante Ali Fadavi contrastam com as políticas de aproximação com o Ocidente do presidente moderado Hassan Rouhani


	Porta-aviões americano: segundo almirante, planos de contingência tendo como alvo porta-aviões norte-americanos são prioridade para forças navais da Guarda
 (Marwan Naamani/AFP)

Porta-aviões americano: segundo almirante, planos de contingência tendo como alvo porta-aviões norte-americanos são prioridade para forças navais da Guarda (Marwan Naamani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 16h38.

Teerã - O Irã terá como alvo porta-aviões norte-americanos no Golfo Pérsico se algum dia uma guerra entre os dois países ocorrer, advertiu nesta terça-feira o chefe naval da poderosa Guarda Revolucionária do Irã, em um momento em que o país conclui a construção de uma imitação em larga escala de um porta-aviões norte-americano.

Os comentários do almirante Ali Fadavi, que coordena as forças navais linha-dura da Guarda, contrastam com as políticas de aproximação com o Ocidente do presidente moderado Hassan Rouhani - um lembrete das visões concorrentes que existem nos altos níveis de poder dentro do Irã.

O país está construindo uma réplica simples do porta-aviões USS Nimitz em um estaleiro no porto de Bandar Abbas, no sul do país, para ser utilizado no futuro em exercícios militares, confirmou um jornal iraniano no mês passado.

Fadavi afirmou nesta terça-feira, conforme a agência de notícias semioficial Fars, que o imenso tamanho dos porta-aviões dos EUA faz com que sejam um "alvo fácil".

Segundo ele, planos de contingência tendo como alvo porta-aviões norte-americanos são prioridade para as forças navais da Guarda.

"Os porta-aviões são o símbolo do poderio militar dos Estados Unidos", afirmou Fadavi. "Eles são responsáveis por dar o poder aéreo à América. Então, é natural que nós desejemos afundar os porta-aviões."

As forças navais da Guarda Revolucionária estão separadas da Marinha principal iraniana. Elas têm suas principais bases dentro e em torno do Golfo, com alguns barcos de mísseis e navios de ataque rápido.

O comandante disse que a Marinha da Guarda já realizou exercícios tendo como alvo imitações de navios de guerra norte-americanos. Em um caso, segundo o almirante, levou 50 segundos para destruir um dos navios de guerra simulados.

A Tasnim, outra agência de notícias semioficial, reportou que "uma investigação" descobriu que os porta-aviões Nimitz usados pelos EUA podem ser seriamente danificados ou destruídos se 24 mísseis forem disparados simultaneamente.

Um oficial da Marinha dos EUA no Golfo desconsiderou as alegações iranianas e o porta-aviões em particular.

"Seja o que for que o Irã espere alcançar com a imitação, é provável que tenha impacto zero nas operações da Marinha dos EUA no Golfo", disse o comandante Jason Salata, porta-voz da 5ª Frota da Marinha norte-americana, que tem base no Bahrain.

"Disparar armas contra uma estrutura imóvel flutuando sobre pontões não é um representação realista de ter a capacidade de atingir um navio de guerra de 100 mil toneladas fazendo manobras a velocidades superiores a 30 nós", afirmou.

O porta-voz do Pentágono, coronel do Exército Steve Warren, zombou da imitação iraniana, dizendo que tinha visto uma imagem sigilosa mostrando o objeto pendendo para o lado em cerca de 30 graus.

"Meu palpite é que você poderia afundar a imitação em 50 segundos", assinalou. Warren disse que a foto não seria publicada.

"Estamos totalmente despreocupados com a imitação dos iranianos de um navio americano", acrescentou. Fonte: Associated Press.

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