Mundo

Em aparição rara, Kim Jong-un é visto ao lado da filha em lançamento de míssil

A imprensa estatal não divulgou o nome da filha do líder norte-coreano

Kim Jong-un, líder norte-coreano supervisiona lançamento de míssil intercontinental ao lado da filha (Claire Lee y Cat Barton/AFP)

Kim Jong-un, líder norte-coreano supervisiona lançamento de míssil intercontinental ao lado da filha (Claire Lee y Cat Barton/AFP)

A

AFP

Publicado em 19 de novembro de 2022 às 11h22.

Última atualização em 19 de novembro de 2022 às 11h23.

O líder norte-coreano Kim Jong Un supervisionou o lançamento de um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) em sua primeira aparição pública ao lado da filha, informou neste sábado (19) a agência estatal KCNA.

Kim declarou que responderá às ameaças nucleares dos Estados Unidos com suas próprias armas nucleares ao supervisionar na sexta-feira o disparo do míssil que, segundo a KCNA, era um Hwasong-17, uma arma que especialistas denominaram "míssil monstro".

O lançamento do novo projétil foi um sucesso, também de acordo com a KCNA, que destacou como "o teste demonstrou claramente a confiabilidade do novo sistema de armas estratégicas".

Kim posou para fotos ao lado da esposa e da filha, na primeira referência da imprensa estatal a seus filhos.

As imagens mostram o ditador ao lado de uma menina de casaco branco e sapatos vermelhos caminhando diante do míssil. A imprensa estatal não divulgou o nome da filha de Kim Jong Un.

Quarta geração

O mais significativo sobre o lançamento do ICBM na sexta-feira é "a permanência do programa armamentista do regime de Kim, porque é parte integrante da sobrevivência e da continuidade" do reinado de sua família, declarou à AFP a ex-analista da CIA Soo Kim, que agora trabalha para o centro de pesquisas Rand Corporation.

Ao comentar a cobertura da imprensa estatal, ela resumiu: "Vimos com nossos próprios olhos a quarta geração da família Kim".

Kim Jong Un - que é neto do fundador da Coreia do Norte, Kim Il Sung, e a terceira geração que está no poder - se casou com Ri Sol Ju em 2009, segundo a agência de inteligência da Coreia do Sul.

Um ano depois o casal teve o primeiro filho e os seguintes nasceram em 2013 e 2017, de acordo com a agência.

A única confirmação anterior a respeito dos filhos de Kim veio do ex-astro da NBA Dennis Rodman, que visitou a Coreia do Norte em 2013 e afirmou ter conhecido a filha bebê de Kim, chamada Ju Ae.

Analistas acreditam que a menina que aparece nas fotos é Ju Ae, que provavelmente é a segunda filha de Kim, afirmou à AFP Cheong Seong-chang, do Centro de Estudos sobre a Coreia do Norte no Instituto Sejong (Coreia do Sul).

Advertências de Kim

A Coreia do Norte executou nas últimas semanas um número recorde de testes de armas, que Pyongyang considera uma resposta às manobras militares dos Estados Unidos na região.

Vários países temem que os lançamentos sejam um prelúdio para um novo teste nuclear.

A KCNA afirmou que Kim criticou a "agressão histérica que constituem as simulações de guerra" e disse que se os Estados Unidos continuarem a fazer ameaças, Pyongyang vai "reagir de maneira determinada às armas nucleares com armas nucleares e ao confronto total com um confronto total".

A União Europeia (UE) condenou o "perigoso" teste de míssil da Coreia do Norte e afirmou que o programa armamentista de Pyongyang ameaça o mundo.

De acordo com a imprensa estatal, o míssil atingiu uma altura máxima de 6.040,9 km e percorreu uma distância de 999,2 km, parâmetros que coincidem com as estimativas dos militares sul-coreanos e das autoridades japonesas.

Pyongyang anunciou em 24 de março de lançou um míssil Hwasong-17, o mais potente até hoje, mas posteriormente Seul expressou dúvidas sobre o teste.

Desta vez, os analistas afirmam que o disparo parece ter sido um sucesso.

"Este lançamento é importante porque acredita-se que é o primeiro voo bem-sucedido de um ICBM Hawsong-17", declarou à AFP Joseph Dempsey, pesquisador do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).

O míssil foi lançado para cima, para evitar que sobrevoasse o Japão.

Mas o "míssil monstro" tem desvantagens. "Seu tamanho o torna menos prático porque o sistema de transporte e fabricação são um peso maior para os recursos limitados do país", explica Dempsey.

Depois de Kim Jong Un declarar em setembro que o programa nuclear de seu país é "irreversível", o governo dos Estados Unidos reforçou a cooperação militar com Japão e Coreia do Sul e tenta fortalecer a defesa na região.

Neste sábado, as forças americanas enviaram o bombardeiro B-1B à península coreana para um exercício aéreo conjunto com a Coreia do Sul.

O Conselho de Segurança da ONU discutirá a questão da Coreia do Norte em uma reunião na segunda-feira.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do NorteKim Jong-un

Mais de Mundo

FAB deve auxiliar autoridades do Cazaquistão sobre queda de avião fabricado pela Embraer

Trump anuncia embaixador no Panamá e insiste que EUA estão sendo 'roubados' no canal

Japan Airlines restabelece sistema após sofrer ciberataque

Oposição sul-coreana apresenta moção de impeachment do presidente interino