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Em aniversário do ataque, Hiroshima pede fim das armas nucleares

Cidade japonesa vê com preocupação os testes feitos pela Coreia do Norte.

Imagem mostra a explosão atômica em Hiroshima (Foto/Reuters)

Imagem mostra a explosão atômica em Hiroshima (Foto/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de agosto de 2017 às 11h44.

Hiroshima - A cidade de Hiroshima gritou para o mundo hoje um pedido: que outra catástrofe envolvendo bomba nuclear "jamais aconteça novamente". Este domingo é aniversário da tragédia, que aconteceu em 1945, primeira vez na história que armas nucleares foram usadas em guerra e contra alvos civis.

Muitos japoneses e outras pessoas da região veem com preocupação os testes feitos pela Coreia do Norte. Mas as ameaçam despertam uma preocupação especial nos habitantes da cidade na qual 140 mil pessoas morreram no primeiro ataque com a bomba nuclear. O ataque foi seguido por outro no dia 9 de agosto daquelemesmo ano, que matou mais de 70 mil pessoas em Nagasaki.

"Esse inferno não é algo do passado", disse o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, na sua declaração de paz na cerimônia deste domingo. "Enquanto armas nucleares existirem e governos ameaçarem usá-las, o horror pode voltar a nos atingir a qualquer momento", disse.

Com a tecnologia de hoje, apenas uma bomba conseguiria causar ainda mais danos que as duas lançadas na época, disse o prefeito. "A humanidade não deveria nunca cometer tal ato."

Em sua mensagem para Hiroshima, o secretário-geral das Organizações das Nações Unidas, António Guterres, disse que a presença de cerca de 15 mil armas nucleares no mundo e sua "perigosa retórica sobre seu possível uso" trouxe mais insegurança. "Agora, nosso sonho de um mundo livre de armas nucleares continua longe de se tornar realidade", disse. "Os países que possuem armas nucleares têm uma responsabilidade extra no processo de empreender etapas concretas rumo ao desarmamento nuclear mundial".

A esperança é de que Estados Unidos e Japão continuem apoiando a proibição do uso de armas nucleares, conforme os dois países anunciaram, em 2016, durante a visita do então presidente dos EUA, Barack Obama. Mas essa perspectiva não é tão certeira hoje, diante dos constantes testes da Coreia do Norte.

Por Dow Jones Newswires

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