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Eleições nos EUA: Trump aperta pressão sobre Haley e repete tática usada contra Obama

Ex-presidente questiona direito de rival concorrer ao sugerir que ela não nasceu nos EUA

Donald Trump, durante comício em Portsmouth, New Hampshire (Chip Somodevilla/AFP)

Donald Trump, durante comício em Portsmouth, New Hampshire (Chip Somodevilla/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 16h29.

A próxima votação das primárias republicanas deve ter um duelo concentrado entre o ex-presidente Donald Trump e a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, pois o segundo colocado em Iowa, Ron DeSantis, vem reduzindo sua campanha.

Os três disputam a nomeação do partido para competir pela Presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro.

As primárias em New Hampshire estão marcadas para terça-feira, dia 23. O estado tem eleitorado mais diverso e menos conservador do que Iowa, o que aumenta as chances de Haley. A média das pesquisas mostram que ela deve chegar em segundo lugar, com 33,9% dos votos, pouco mais de 13 pontos percentuais atrás de Trump, favorito para vencer. Os dados foram compilados pelo site FiveThirtyEight.

Ron DeSantis, que vem já algum tempo com números baixos em New Hampshire, em torno de 5%, reduziu os gastos de campanha naquele estado, para concentrar as forças nas etapas seguintes. Nesta quinta, por exemplo, ele não terá comícios no estado e voltou para a Flórida.

Segundo a imprensa americana, a tática de DeSantis é focar na disputa na Carolina do Sul, em 24 de fevereiro. Uma derrota de Haley em seu estado natal pode selar o fim da campanha dela.

Como Trump venceu por margem de 30 pontos em Iowa, uma vitória mais enxuta agora daria mais fôlego à campanha de Haley. Assim, o ex-presidente intensificou ataques a ela nos últimos dias, para tentar uma vitória mais ampla e tentar resolver logo a disputa pela nomeação do partido.

A estratégia de Trump inclui reciclar velhas táticas, como a de comparar Haley a Hillary Clinton, candidata democrata que ele derrotou em 2016, e questionar o direito da rival concorrer, ao sugerir que ela, filha de indianos, pode não ter nascido nos EUA. O ex-presidente atacou o ex-presidente Barack Obama por anos da mesma forma, mesmo Obama tendo mostrado sua certidão de nascimento.

Trump também chamou a candidata de Nikki "Nimrada", fazendo ironia com seu primeiro nome, Nimarata. 

Haley também apertou o tom das críticas a Trump. Em um comício, ela criticou o ex-presidente por não ir a debates e não explicar suas propostas em temas como segurança social e imposto da gasolina. "Estas são coisas que precisamos de respostas. Ah, tá certo, ele não foi ao debate", disse.

Ela, no entanto, faz ataques com certo cuidado, para não afastar por completo eleitores que se identificam com Trump em alguma medida.

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Nesta quinta, o ex-presidente suspendeu a campanha para ir ao funeral de sua sogra, Amalija Knavs, na Florida. Ele fará novos comícios em New Hampshire a partir de sexta.

Um debate entre os pré-candidatos foi cancelado, depois que Haley disse que não irá mais a encontros do tipo em que Trump não compareça também. O ex-presidente não foi a nenhum debate entre os candidatos republicanos desta campanha.

Haley dará entrevista nesta quinta, 18, às 11h no horário de Brasília, para a CNN americana, no modelo de Town Hall, em que membros da plateia podem fazer perguntas.

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