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Eleições municipais italianas registram abstenção recorde

O alto índice de abstenção confirma o descontentamento com a classe política

Gianni Alemanno (e) e Silvio Berlusconi, em Roma: o candidato da esquerda Ignazio Marino conquistou 42,7% dos votos e Gianni Alemanno, 30,2% (Filippo Monteforte/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2013 às 11h50.

Roma - As eleições municipais do fim de semana na Itália registraram um novo recorde de abstenção, o que confirma o descontentamento com a classe política e também um freio no avanço do movimento de contestação de Beppe Grillo.

Sete milhões de eleitores estavam registrados para comparecer às urnas para o primeiro turno das eleições, mas os resultados revelaram uma queda na participação, que atingiu apenas 62,4% nas 563 pequenas e médias cidades, 15% a menos do que nas eleições municipais anteriores.

Nas 16 grandes cidades, incluindo Roma, a participação dos eleitores foi ainda menor, 56,2%, uma queda de quase 20 pontos.

Para Massimo Franco, do jornal Corriere della Sera, este resultado é fruto do "descontentamento para com a política" e a "incapacidade dos partidos de encontrarem seu papel".

Mas o Movimento 5 Estrelas do ex-comediante Beppe Grillo, anti-partidos, não conseguiu tirar proveito do desinteresse. Ao contrário, registrou uma desaceleração e elegeu apenas um candidato. No passado, na mesma época, conquistou a importante prefeitura de Parma.

Em contrapartida, o Partido Democrata (PD, centro-esquerda), de Enrico Letta, que está à frente do primeiro governo esquerda-direita do pós-guerra, conseguiu bons resultados. Conquistou, já no primeiro turno, as prefeituras de Vicenza e Sondrio, redutos tradicionais da Liga do Norte (direita), assim como Massa e Pisa, na Toscana, além de passar para o segundo turno, nos dias 9 e 10 de junho, em 11 cidades.


Em Roma, o candidato da esquerda Ignazio Marino conquistou 42,7% dos votos, uma grande vantagem em relação ao impopular atual prefeito de direita, Gianni Alemanno (30,2%).

Mesmo com as vitórias, o líder do PD e vice-ministro da Economia Stefano Fassina expressou preocupação com o nível "preocupante de abstenção".

"A distância entre a política e os cidadãos aumenta. Sem respostas urgentes à crise econômica, isso não se resolverá".

Vários cientistas políticos também ressaltaram que o crescimento aparente nas pesquisas não se confirmou nas urnas para a direita de Silvio Berlusconi, que teve dificuldades, inclusive, em redutos como Brescia e Treviso.

A principal surpresa foi a performance do M5S de Grillo que, por exemplo, viu em Roma seus votos caírem de 27,2% nas legislativas de fevereiro para 12,8%.

Pra muitos, a queda do M5S em todas as cidades onde tinha candidatos (200) é resultado de sua rejeição em se aliar ao PD para formar um governo após as legislativas.

"Nós perdemos o trem", lamentou o militante Rosolino.

Para Stefano Folli do Sole 24 Ore, "uma mensagem confusa, a incapacidade de se colocar à serviço de uma verdadeira dinâmica de reformas e dos mais pobres" explicam o golpe sofrido pelo movimento. Uma situação que em breve poderá reforçar a estabilidade do do governo Letta, segundo o especialista.

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Roma - As eleições municipais do fim de semana na Itália registraram um novo recorde de abstenção, o que confirma o descontentamento com a classe política e também um freio no avanço do movimento de contestação de Beppe Grillo.

Sete milhões de eleitores estavam registrados para comparecer às urnas para o primeiro turno das eleições, mas os resultados revelaram uma queda na participação, que atingiu apenas 62,4% nas 563 pequenas e médias cidades, 15% a menos do que nas eleições municipais anteriores.

Nas 16 grandes cidades, incluindo Roma, a participação dos eleitores foi ainda menor, 56,2%, uma queda de quase 20 pontos.

Para Massimo Franco, do jornal Corriere della Sera, este resultado é fruto do "descontentamento para com a política" e a "incapacidade dos partidos de encontrarem seu papel".

Mas o Movimento 5 Estrelas do ex-comediante Beppe Grillo, anti-partidos, não conseguiu tirar proveito do desinteresse. Ao contrário, registrou uma desaceleração e elegeu apenas um candidato. No passado, na mesma época, conquistou a importante prefeitura de Parma.

Em contrapartida, o Partido Democrata (PD, centro-esquerda), de Enrico Letta, que está à frente do primeiro governo esquerda-direita do pós-guerra, conseguiu bons resultados. Conquistou, já no primeiro turno, as prefeituras de Vicenza e Sondrio, redutos tradicionais da Liga do Norte (direita), assim como Massa e Pisa, na Toscana, além de passar para o segundo turno, nos dias 9 e 10 de junho, em 11 cidades.


Em Roma, o candidato da esquerda Ignazio Marino conquistou 42,7% dos votos, uma grande vantagem em relação ao impopular atual prefeito de direita, Gianni Alemanno (30,2%).

Mesmo com as vitórias, o líder do PD e vice-ministro da Economia Stefano Fassina expressou preocupação com o nível "preocupante de abstenção".

"A distância entre a política e os cidadãos aumenta. Sem respostas urgentes à crise econômica, isso não se resolverá".

Vários cientistas políticos também ressaltaram que o crescimento aparente nas pesquisas não se confirmou nas urnas para a direita de Silvio Berlusconi, que teve dificuldades, inclusive, em redutos como Brescia e Treviso.

A principal surpresa foi a performance do M5S de Grillo que, por exemplo, viu em Roma seus votos caírem de 27,2% nas legislativas de fevereiro para 12,8%.

Pra muitos, a queda do M5S em todas as cidades onde tinha candidatos (200) é resultado de sua rejeição em se aliar ao PD para formar um governo após as legislativas.

"Nós perdemos o trem", lamentou o militante Rosolino.

Para Stefano Folli do Sole 24 Ore, "uma mensagem confusa, a incapacidade de se colocar à serviço de uma verdadeira dinâmica de reformas e dos mais pobres" explicam o golpe sofrido pelo movimento. Uma situação que em breve poderá reforçar a estabilidade do do governo Letta, segundo o especialista.

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