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Eleição para Parlamento na Líbia tem baixo comparecimento

Cerca de 630 mil líbios foram às urnas, menos do que a metade dos eleitores registrados

Mesário prepara uma urna para a contagem de votos em Benghazi, na Líbia (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)

Mesário prepara uma urna para a contagem de votos em Benghazi, na Líbia (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 18h44.

Trípoli/Benghazi - Cerca de 630 mil líbios foram às urnas nesta quarta-feira, menos do que a metade dos eleitores registrados, para participar de uma eleição parlamentar assombrada pela violência, disseram autoridades eleitorais da Líbia.

Pelo menos cinco pessoas foram mortas em confrontos intensos entre islâmicos e forças do governo em Benghazi, no leste da Líbia, relataram fontes médicas, enquanto o caos continua a se espalhar na esteira da deposição de Muammar Gaddafi três anos atrás.

O comparecimento foi muito menor do que em julho de 2012, a primeira eleição nacional livre em mais de 40 anos. Cerca de 1,5 milhão estavam aptos a votar, em comparação aos 2,8 milhões de 2012, depois que as regras foram endurecidas.

Câmeras ao vivo dos canais de TV líbios nas principais cidades mostraram seções eleitorais em sua maioria vazias. As urnas fecharam às 19h, no horário local.

No mês passado, autoridades líbias anunciaram eleições para fortalecer o poder do governo central depois que o renegado general do Exército Khalifa Haftar deu início a uma campanha contra os islâmicos no leste.

Algumas seções eleitorais permaneceram fechadas por motivos de segurança nos enclaves islâmicos de Derna, no leste, de Kufra, no sudeste, onde tribos se enfrentam regularmente, e na cidade de Sabha, a principal do sul do país, informaram as autoridades.

Sem um governo e um Parlamento funcionais, a Líbia luta para impor a sua autoridade sobre ex-rebeldes fortemente armados, milícias e tribos que ajudaram a depor Gaddafi, mas que agora desafiam o Estado e criam seus próprios feudos.

O incipiente Exército nacional, ainda em treinamento, não é páreo para os combatentes endurecidos nos oito meses de revolta contra Gaddafi.

A Líbia também passa por uma crise orçamentária. As manifestações de milícias armadas em campos de petróleo e portos reduziram drasticamente a produção do óleo, principal item de exportação do país.

Os parceiros ocidentais de Trípoli esperavam que o pleito ajudasse a nação a começar a reeguer um Estado viável.

Muitos líbios temem que a eleição acabe formando outra assembleia interina. Um comitê especial encarregado de elaborar uma nova Constituição ainda não concluiu o trabalho, deixando dúvidas sobre o tipo de sistema político que a Líbia irá adotar.

Em Trípoli, o ex-primeiro-ministro Ali Zeidan fez uma aparição surpresa para votar depois de voltar da Europa, para onde viajou quando foi deposto em março.

"Esperamos que as eleições atinjam os seus objetivos e que a Câmara dos Deputados tenha um novo começo, melhor do que no passado", disse ele à Reuters.

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