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EI esvazia quartéis na Síria perante iminente ataque dos EUA

Quartéis do grupo jihadista ficaram vazios na cidade síria de Al Raqqah, perante um iminente ataque aéreo americano


	Membros do Estado Islâmico em base do exército sírio: EUA ampliará ofensiva
 (AFP)

Membros do Estado Islâmico em base do exército sírio: EUA ampliará ofensiva (AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 09h11.

Beirute - Os quartéis do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) ficaram vazios em seu principal bastião, a cidade síria de Al Raqqah, perante a iminência de um ataque aéreo americano, informaram nesta quinta-feira à Agência Efe fontes da oposição e testemunhas locais.

Os extremistas sunitas estão tomando medidas para se proteger após o anúncio de uma semana atrás do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de que seu país ampliaria à Síria a ofensiva contra os radicais.

O ativista opositor Abu Ahmad, que vive nessa região, explicou à Efe pela internet que desde quarta-feira de manhã não resta nenhum combatente do EI dentro de suas bases e que a maioria se transferiu para os arredores da cidade.

"Abandonaram completamente seus quartéis e enviaram suas famílias à periferia de Al Raqqah ou para Turquia", detalhou o ativista.

Além desta evacuação, os combatentes do EI escavaram novas bases sob a terra para resguardar-se dos bombardeios.

Para Abu Ahmad, o EI "é incapaz de enfrentar um ataque de aviões dos EUA com o equipamento militar que dispõe na atualidade".

Al Raqqah é a única capital de província na Síria que foi completamente arrebatada do regime de Bashar al Assad e o reduto mais importante neste país do EI, que em junho proclamou um califado em território sírio e iraquiano.

Outro ativista de Al Raqqah, Abu Bakr, membro da rede opositora Sham, ressaltou em declarações à Efe que nos últimos dias se intensificaram os movimentos dos jihadistas ao longo e ao largo da província.

"Transferiram armas e as estão escondendo nos arredores e no interior das cidades", contou o ativista, destacando que, apesar da evacuação de seus quartéis, ainda se veem combatentes do EI em muitas ruas das povoações.

Mas a ameaça dos bombardeios não só pôs em alerta à organização extremista, mas também à população civil, que a seu temor pelos já frequentes ataques aéreos do regime somou a inquietação perante a futura ofensiva dos EUA.

O responsável do grupo chamado "Al Raqqah está sendo massacrada em silêncio", que se identifica como Abu Mohammed, destacou que "ninguém se sente seguro e as pessoas não saem de suas casas".

De fato, muitos civis estão se deslocando a áreas rurais da província, e inclusive alguns optaram por fugir do país em direção à vizinha Turquia.

A essa psicose se acrescenta o fato de que os membros do EI que não tiraram seus parentes da cidade os esconderam em casas em bairros residenciais, acrescentou Abu Mohammed.

A vida cotidiana está cheia dos dissabores da guerra, onde os alimentos brilham por sua escassez e os cortes de água e eletricidade estão na ordem do dia.

Os civis de Al Raqqah não são os únicos que temem por suas vidas, mas também os da província de Deir ez Zor, que não descartam que os bombardeios dos EUA possam chegar a suas cidades.

Embora Al Raqqah seja o feudo dos jihadistas na Síria, sua presença é grande em Deir ez Zor, fronteiriça com a província iraquiana de Al-Anbar e que o EI domina quase em sua totalidade, com exceção de alguns bairros de sua capital e do aeroporto, em poder das forças governamentais.

Em Deir ez Zor não parece que os radicais sintam a mesma ameaça em suas bases porque, por enquanto, não fizeram nenhum movimento para evacuá-las, disse à Agência Efe pela internet o ativista local Abu Bakr al Farati.

Os que sim estão temerosos são os civis que residem em casas próximas aos quartéis dos jihadistas e que estão escapando a outras áreas pelo perigo que supõem para eles os ataques aéreos, tanto do exército sírio como do americano.

Bombardeios que cada vez parecem mais próximos e que incorporam uma incógnita mais à complicada equação em que se transformou a guerra na Síria, onde mais de 191 mil pessoas morreram em três anos e meio de conflito.

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