Cidade histórica de Palmira, no deserto da Síria, a nordeste de Damasco (REUTERS/Khaled al-Hariri)
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2015 às 12h21.
Beirute - O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) divulgou nesta terça-feira um vídeo na internet no qual supostamente são mostradas imagens das ruínas históricas de Palmira, incluídas na lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco, após ter tomado seu controle há uma semana.
Na gravação, cuja autenticidade não pôde ser verificada e que foi publicada pela agência "Amaaq", vinculada ao EI, não dá para ver destroços no local, situado no leste da província central de Homs.
O filme começa com imagens da cidade moderna de Palmira e, logo em seguido, aparecem as ruínas, onde não se vê nenhum combatente do EI.
A câmera faz um percurso por partes emblemáticas de Palmira. O vídeo tem duração de 1m27, e não tem som.
Os jihadistas tomaram o domínio de Palmira no último dia 20.
No sábado, o diretor-geral de Antiguidades e Museus da Síria, Maamun Abdelkarim, expressou à Agência Efe sua inquietação pelo futuro deste sítio arqueológico.
Além disso, Abdelkarim lamentou que "a comunidade internacional não tenha feito nada para impedir a entrada do EI em Palmira", apesar das chamadas das autoridades do país árabe.
No passado, os radicais destruíram locais arqueológicos na Síria e Iraque, e inclusive chegaram a gravar os destroços em vídeos, com fins propagandísticos.
Situada em um oásis, Palmira foi nos séculos I e II d.C. um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo e ponto de encontro das caravanas na Rota da Seda, que atravessavam o árido deserto do centro da Síria.
Antes do início da disputa no país, em março de 2011, suas ruínas eram uma das principais atrações turísticas do Estado árabe e da região.
Depois que o EI tomou o controle, a diretora geral da Unesco, Irina Bokova, ressaltou que uma hipotética destruição deliberada de Palmira por parte do EI suporia um "crime de guerra" e uma perda "enorme" para a humanidade.