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EI controla apenas pequena área de Fallujah, diz Iraque

"Nossas forças de segurança controlam a cidade, à exceção de pequenos redutos, que serão limpos nas próximas horas", diz primeiro-ministro do país


	Primeiro-ministro do Iraque: "Nossas forças de segurança controlam a cidade, à exceção de pequenos redutos, que serão limpos nas próximas horas"
 (Thaier Al-Sudani / Reuters)

Primeiro-ministro do Iraque: "Nossas forças de segurança controlam a cidade, à exceção de pequenos redutos, que serão limpos nas próximas horas" (Thaier Al-Sudani / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 20h41.

As forças iraquianas tomaram grande parte de Fallujah das mãos do grupo Estado Islâmico (EI) e, agora, os extremistas controlam apenas uma "pequena parte" da cidade - declarou o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, nesta sexta-feira.

"Nós prometemos a libertação de Fallujah e a retomamos", acrescentou o premiê, em um breve pronunciamento na televisão estatal.

"Nossas forças de segurança controlam a cidade, à exceção de pequenos redutos, que serão limpos nas próximas horas", completou.

Horas antes, vários comandantes militares haviam anunciado que as forças iraquianas entraram hoje no centro da cidade de Fallujah e retomaram o controle do complexo governamental do grupo extremista EI.

Depois de vários dias de combate, as Forças de Elite Contra o Terrorismo (CTS) e outras unidades iraquianas conseguiram entrar no centro desse importante reduto extremista a 50 km de Bagdá. Antes haviam cercado a cidade e reconquistado algumas áreas do subúrbio.

"As unidades do CTS e as forças de intervenção rápida retomaram o complexo governamental no centro de Fallujah", disse à AFP o comandante da operação militar, general Abdelwahab al-Saadi.

O chefe da Polícia Federal, Raed Shaker Jawdat, confirmou o avanço das forças iraquianas, uma etapa importante na ofensiva iniciada em 23 de maio para recuperar Fallujah, sob controle dos extremistas desde janeiro de 2014.

"A libertação do quartel-general, principal complexo governamental da cidade, simboliza o restabelecimento da autoridade do Estado", declarou.

Frágil resistência

Os dois comandantes afirmaram que as forças iraquianas enfrentaram resistência, limitada, dos extremistas em seu avanço para o centro da cidade.

O complexo reconquistado abriga o conselho local e as instalações das forças de segurança.

Em seu avanço, as tropas iraquianas também recuperaram vários bairros do sul e do leste, e agora controlam cerca de 50% de Fallujah.

Os extremistas "fugiram em massa para o oeste (...), o que explica sua fraca resistência. Há ainda alguns núcleos de jihadistas que rastejam no centro da cidade", garantiu o comandante.

De acordo com autoridades, vários membros do EI escaparam, misturando-se com os civis que deixaram a cidade nos últimos dias. Em alguns casos, também subornaram militares.

"A maioria dos principais líderes (do EI) já não está mais na cidade, e os jihadistas que ficaram para trás não são seus melhores lutadores", disse um oficial, que não quis revelar sua identidade.

O EI se apoderou de Fallujah, uma cidade na província de Al-Anbar povoada principalmente por sunitas, em 2014, cinco meses antes de sua ofensiva no Iraque, que lhe permitiu assumir o controle de outras regiões, como Mossul, a segunda maior cidade do país.

Se o EI perder Fallujah, Mossul seria a única grande cidade sob seu controle no Iraque, depois de ser expulso de outras localidades.

Desastre humanitário

Desde o início da operação, pelo menos 48.000 pessoas fugiram de suas casas. Milhares permanecem, porém, bloqueadas no centro de Fallujah. De acordo com várias ONGs, nessa cidade, os moradores são usados como escudo humano pelos extremistas.

Agora, muitos dos que fugiram se tornaram refugiados em campos perto da cidade.

"Nós tememos um desastre humanitário em Fallujah e outro desastre nos campos", declarou nesta sexta-feira o secretário-geral do Conselho Norueguês de Refugiados (NRC), Jan Egeland.

Entre outros problemas, a ONU teme um avanço dos casos de pólio em crianças deslocadas em acampamentos e iniciou um "programa maciço" de vacinação.

"Milhares de pessoas, que fugiram do fogo cruzado depois de meses de cerco e à beira da fome, necessitam de assistência e cuidados imediatos, mas nossas reservas vão acabar muito em breve", advertiu, pedindo à comunidade internacional que intervenha com urgência.

Os civis que fogem também arriscam serem detidos pelas forças do governo sob a acusação de colaborar com o grupo extremistas sunita.

As forças paramilitares, que combatem ao lado das forças iraquianas e são controladas por milícias xiitas, foram acusadas ​​por civis de cometer todo tipo de abuso na região.

Responsável por terríveis abusos e ataques mortais em várias partes do mundo, o EI também é alvo de várias ofensivas na Síria, onde ocupa grandes áreas, e na Líbia, onde os grupos pró-governo tentam recuperar Sirte.

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