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Egito prende militante pró-democracia Alaa Abdel Fattah

Uma das principais figuras do movimento pró-democracia no Egito foi detida pelas forças de segurança

Ativista egípcio Alaa Abdel Fattah: militante foi preso em sua residência (Filippo Monteforte/AFP)

Ativista egípcio Alaa Abdel Fattah: militante foi preso em sua residência (Filippo Monteforte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 08h36.

Egito - Uma das principais figuras do movimento pró-democracia no Egito, Alaa Abdel Fattah, foi detido nesta quinta-feira pelas forças de segurança, informou sua mulher.

O militante foi preso em sua residência, em um bairro do oeste do Cairo, revelou Manal Hassan no Twitter.

A Justiça egípcia havia decretado na quarta-feira a prisão de Abdel Fattah e de Ahmed Maher, fundador do movimento 6 de Abril, ponta de lança da revolta que em 2011 derrubou o regime do presidente Hosni Moubarak.

Os dois são acusados de "incitar manifestações" ignorando a lei sancionada no domingo, que determina que as autoridades sejam informadas, com três dias de antecedência, sobre qualquer protestos, que precisa ser autorizado pelo ministério do Interior.

Na terça-feira, a polícia dispersou dezenas de pessoas reunidas no centro do Cairo, no primeiro incidente na capital egípcia desde a promulgação da lei que restringe o direito de manifestação.

Os manifestantes exigiam o julgamento dos responsáveis pela morte de manifestantes nos violentos choques entre as forças de ordem e opositores no final de 2011.

O presidente interino do Egito, Adly Mansur, promulgou no domingo a polêmica lei que regulamenta os protestos, denunciada por ONGs de defesa dos direitos humanos como mais uma tentativa de reprimir manifestações após a destituição do presidente islâmico Mohamed Mursi.


O texto prevê penas de um a cinco anos em regime fechado para crimes que vão do porte de capuzes ao de armas durante manifestações ou reuniões.

A lei também obriga as organizações a informar as autoridades sobre o trajeto de suas manifestações, assim como as reivindicações e as palavras de ordem que serão usadas, e o ministério do Interior poderá decidir pela proibição do ato, se considerar que representa "uma ameaça à segurança".

A lei também proíbe a realização de reuniões nos locais de culto e o início de manifestações na saída desses estabelecimentos. Tradicionalmente, no Egito, as passeatas islâmicas partem das mesquitas.

O primeiro-ministro Hazem Beblawi declarou que o Estado não espera que os organizadores "peçam permissão" às autoridades, mas que "informem" sobre sua intenção de manifestar.

"Esta lei não restringe o direito à manifestação, mas tem como objetivo proteger os direitos dos manifestantes", justificou.

Desde 14 de agosto, o novo governo lançou a polícia e o Exército em uma onda de repressão extremamente sangrenta contra manifestantes que pedem o retorno ao poder de Mursi, primeiro presidente democraticamente eleito no Egito.

Mais de mil manifestantes pró-Mursi foram mortos, e mais de 2.000 membros da Irmandade Muçulmana, à qual pertence o presidente destituído, acabaram presos.

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