Peter Greste: jornalista australiano foi detido em plena crise entre o Egito e o Catar após a destituição de Mursi (REUTERS/Al Youm Al Saabi Newspaper/Files)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2015 às 13h23.
O Egito ordenou neste domingo a expulsão do jornalista australiano Peter Greste, do canal Al-Jazeera, condenado a sete anos de prisão por ter divulgado "informações falsas" e ter apoiado a Irmandade Muçulmana do presidente destituído Mohamed Mursi.
Uma fonte do ministério do Interior confirmou a expulsão de Peter Greste, detido em dezembro de 2013 ao lado do jornalista Mohamed Fadel Fahmy (que tem cidadania egípcia e canadense), ambos acusados de terem instalado, sem autorização, um escritório da emissora no quarto de um hotel.
Um funcionário do aeroporto do Cairo informou que o jornalista embarcou em um voo com destino ao Chipre.
"A decisão de expulsar Peter Greste para a Austrália foi tomada por decreto presidencial", disse a fonte oficial.
O jornalista foi detido em plena crise entre o Egito e o Catar após a destituição de Mursi em um movimento liderado pelo ex-comandante do exército e atual presidente, Abdel Fatah al-Sissi.
Quando foram detidos em um quarto de hotel transformado em escritório no Cairo, os repórteres não tinham a credencial obrigatória para jornalistas.
No julgamento, o colaborador egípcio da emissora Baher Mohamed foi condenado a 10 anos prisão.
Segundo um decreto recente promulgado por Sissi, os jornalistas estrangeiros condenados no Egito podem ser deportados para cumprir as penas em seus países de origem, mas é improvável que Greste ou Fadel Fahmy sejam julgados.
A detenção dos jornalistas provocou críticas em todo o mundo.