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Egípcios elegem sucessor de Mubarak, deposto pela Primavera Árabe

Um policial morreu ao ser baleado no peito em um tiroteio e um civil ficou ferido na perna

Mais de 50 milhões de eleitores estão convocados às urnas para eleger entre 12 candidatos (Marco Longari/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2012 às 12h53.

Cairo - Os egípcios compareciam nesta quarta-feira às urnas para escolher entre candidatos com visões islamitas ou laicas da sociedade o sucessor do presidente Hosni Mubarak, deposto em 2011 no ápice da " Primavera Árabe ".

Um policial morreu ao ser baleado no peito em um tiroteio iniciado entre partidários de dois candidatos diante de um centro eleitoral no nordeste do Cairo, e um civil ficou ferido na perna.

Trata-se do único incidente grave que se tinha conhecimento na votação deste primeiro turno, que viu longas filas de espera começaram a se formar diante dos centros eleitorais antes da abertura de suas portas, às 08h00 locais (03h00 de Brasília), protegidos por um grande dispositivo policial e militar.

Mais de 50 milhões de eleitores estão convocados às urnas para eleger entre 12 candidatos - islamitas, laicos, de esquerda ou liberais, partidários da "revolução" ou antigos líderes do regime Mubarak -, 15 meses após a queda do "rais", "presidente" em árabe.

"É um dia maravilhoso para o Egito", declarou Nemedo Abdel Hadi, de 46 anos, que votou em uma escola do nordeste do Cairo.

"Seja qual for o resultado, o aceitaremos", assegurou esta mulher, coberta por um véu integral.

"Não deixe que ninguém lhe diga por quem votar", lançou o presidente do centro eleitoral às pessoas na fila, que aguardavam em um ambiente festivo.

Rania, uma jovem vestida com roupa esportiva e um boné de beisebol, disse ter um "sentimento agradável de diferença" porque "é a primeira vez na história do Egito que elegemos realmente nosso presidente".

A votação deste primeiro turno prosseguirá na quinta-feira. Se nenhum candidato conquistar a maioria absoluta, está previsto um segundo turno nos dias 16 e 17 de junho.

Os resultados são difíceis de prever, devido ao grande número de indecisos e da liberdade de escolha inédita da qual os eleitores dispõem depois de décadas de eleições decididas de antemão.

O Egito, peso pesado do mundo árabe com cerca de 82 milhões de habitantes, parece dividido entre a tentação islamita e uma normalização encarnada por personalidades saídas do antigo regime.

"Competem dois tipos de votos: o islamita e o da estabilidade", afirmou à AFP Hicham Kasem, comentarista político.

"Todas as combinações são possíveis para o segundo turno. Os resultados são altamente imprevisíveis", acrescenta.

Os principais candidatos são o representante da Irmandade Muçulmana Mohamed Mursi, o islamita independente Abdel Moneim Abul Futuh, o último primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed Shafiq, o ex-ministro das Relações Exteriores e antigo chefe da Liga Árabe Amr Musa e o nacionalista árabe Hamdin Sabahi.

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Cairo - Os egípcios compareciam nesta quarta-feira às urnas para escolher entre candidatos com visões islamitas ou laicas da sociedade o sucessor do presidente Hosni Mubarak, deposto em 2011 no ápice da " Primavera Árabe ".

Um policial morreu ao ser baleado no peito em um tiroteio iniciado entre partidários de dois candidatos diante de um centro eleitoral no nordeste do Cairo, e um civil ficou ferido na perna.

Trata-se do único incidente grave que se tinha conhecimento na votação deste primeiro turno, que viu longas filas de espera começaram a se formar diante dos centros eleitorais antes da abertura de suas portas, às 08h00 locais (03h00 de Brasília), protegidos por um grande dispositivo policial e militar.

Mais de 50 milhões de eleitores estão convocados às urnas para eleger entre 12 candidatos - islamitas, laicos, de esquerda ou liberais, partidários da "revolução" ou antigos líderes do regime Mubarak -, 15 meses após a queda do "rais", "presidente" em árabe.

"É um dia maravilhoso para o Egito", declarou Nemedo Abdel Hadi, de 46 anos, que votou em uma escola do nordeste do Cairo.

"Seja qual for o resultado, o aceitaremos", assegurou esta mulher, coberta por um véu integral.

"Não deixe que ninguém lhe diga por quem votar", lançou o presidente do centro eleitoral às pessoas na fila, que aguardavam em um ambiente festivo.

Rania, uma jovem vestida com roupa esportiva e um boné de beisebol, disse ter um "sentimento agradável de diferença" porque "é a primeira vez na história do Egito que elegemos realmente nosso presidente".

A votação deste primeiro turno prosseguirá na quinta-feira. Se nenhum candidato conquistar a maioria absoluta, está previsto um segundo turno nos dias 16 e 17 de junho.

Os resultados são difíceis de prever, devido ao grande número de indecisos e da liberdade de escolha inédita da qual os eleitores dispõem depois de décadas de eleições decididas de antemão.

O Egito, peso pesado do mundo árabe com cerca de 82 milhões de habitantes, parece dividido entre a tentação islamita e uma normalização encarnada por personalidades saídas do antigo regime.

"Competem dois tipos de votos: o islamita e o da estabilidade", afirmou à AFP Hicham Kasem, comentarista político.

"Todas as combinações são possíveis para o segundo turno. Os resultados são altamente imprevisíveis", acrescenta.

Os principais candidatos são o representante da Irmandade Muçulmana Mohamed Mursi, o islamita independente Abdel Moneim Abul Futuh, o último primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed Shafiq, o ex-ministro das Relações Exteriores e antigo chefe da Liga Árabe Amr Musa e o nacionalista árabe Hamdin Sabahi.

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