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Economia francesa não cresceu no segundo trimestre de 2011

Os dados confirmam a forte desaceleração prevista pelos analistas, mesmo que o Banco da França espere um crescimento do PIB de 0,2% neste trimestre

Linha de montagem em uma fábrica de automóveis francesa: a balança comercial contribuiu positivamente para o crescimento do PIB  (Sebastien Bozon/AFP)

Linha de montagem em uma fábrica de automóveis francesa: a balança comercial contribuiu positivamente para o crescimento do PIB (Sebastien Bozon/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2011 às 10h28.

Paris - A França, que nos últimos dias foi empurrada para a linha de frente da tempestade que agita as bolsas e a Zona do Euro, registrou uma estagnação de sua economia (0,0%) no segundo trimestre, mas o governo decidiu manter em 2% a sua meta de crescimento para o ano.

O instituto de estatísticas Insee anunciou nesta sexta-feira que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi nulo no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior.

Esta estagnação, após uma forte progressão no primeiro trimestre (+O,9%), confirma uma clara desaceleração da atividade, antecipada pelos analistas, embora o Banco da França esperasse ainda um crescimento de 0,2% para esse trimestre em suas previsões de segunda-feira passada.

O ministro francês das Finanças, François Baroin, reconheceu nesta sexta-feira de manhã em declarações à rádio RTL que esta estagnação do PIB no segundo trimestre foi "um pouco decepcionante".

Mas ele reiterou a sua confiança na economia francesa e manteve a previsão de crescimento do governo de 2% para 2011. "Cumpriremos as metas de crescimento deste exercício", afirmou Baroin.

"Estou muito confiante porque temos fundamentos em nossa economia que são sólidos".

A estimativa de crescimento no segundo trimestre era aguardada com muito interesse pelo Ministério da Economia e das Finanças. Ela deve dar o "tom" de um orçamento 2012 cuja elaboração se anuncia particularmente espinhosa em plena crise do euro e no momento em que a França está comprometida com metas ambiciosas de redução do déficit público e de desendividamento.

Os mercados aumentaram a sua desconfiança nos últimos dias em relação à França, prevendo uma degradação da nota "triple-A" de sua dívida, concedida pelas agências de classificação financeira. Na Bolsa, os bancos franceses registraram fortes quedas em suas ações, principalmente o Société Générale e BNP-Paribas.

As despesas com o consumo das famílias, tradicional motor do crescimento francês, recuou no segundo trimestre (-0,7% depois de +0,4%), enquanto que a formação bruta de capital fixo (FBCF), ou seja, o investimento, registrou uma leve desaceleração (+0,9% depois de +1,2%), segundo um comunicado do Insee.

As importações recuaram (-0,9% depois de +3,1%), enquanto as exportações ficaram estagnadas (0,0% depois de +1,8%). Como consequência disso, o saldo comercial contribuiu positivamente para o crescimento do PIB (+0,3 ponto depois de -0,5 ponto).

A produção total de bens e serviços ficou estável no segundo trimestre, após um primeiro trimestre "muito dinâmico" (+1,4 %). A produção manufatureira recuou 0,6 % no mesmo período, depois de ter progredido 2,9% no primeiro trimestre, a mais forte desde o verão de 1968 (hemisfério norte). Todos os segmentos registraram regressão, à exceção da indústria agro-alimentar.

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