Gráfico mostra a evolução do PIB chileno, com informações do Banco Central do país
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2010 às 10h26.
Santiago - O aumento da demanda interna e a reconstrução, depois do forte terremoto que atingiu o país em fevereiro passado, deram um grande impulso à economia chilena, que, no segundo trimestre de 2010, cresceu 6,5%, sua maior alta em cinco anos.
O banco central chileno anunciou nesta quarta-feira que o crescimento no segundo trimestre foi de 6,5%, muito acima do 1,5% registrado no primeiro trimestre, quando o terremoto de 8,8 graus na escala Richter atingiu o país, em 27 de fevereiro.
Trata-se de "uma recuperação violenta, potente em relação à queda sofrida pelo país", disse o ministro da Fazenda, Felipe Larraín, ao comentar a cifra.
"O fato de que nosso país tenha conseguido crescer 6,5% não é apenas uma cifra para que o ministro da Fazenda sinta-se orgulhoso, é muito mais que isso, porque por trás está o crescimento e a criação de emprego, a criação de oportunidades e recursos para sustentar o gasto social", afirmou o presidente Sebastián Piñera.
"Os efeitos do terremoto de fevereiro foram atenuados, à medida que as indústrias afetadas foram recuperando sua capacidade de operação", segundo um comunicado do banco central, que afirma que a indústria manufatureira foi a que teve melhor desempenho, passando de uma queda de 6,1% no primeiro trimestre, para uma baixa de apenas 0,5% no segundo trimestre.
O setor da construção, por exemplo, subiu 3% depois da queda de 1,4% no trimestre anterior, impulsionado pelo "investimento em edificações e pelo gasto em consertos e demolições".
A volta às aulas também contribuiu para o avanço do setor de serviços em 2,2% na comparação com a queda de 1,7% no trimestre anterior, e refletiu a normalização dos serviços de educação depois dos danos causados pelo terremoto.
Os dados mostram também uma expansão da demanda interna de 19,4% em relação aos 11,8% do trimestre anterior, impulsionada pelo investimento em maquinário, pela acumulação de estoques e pelo consumo, especialmente de bens duráveis.
Esse forte e rápido crescimento da economia chilena "não deveria surpreender", segundo o decano da faculdade de Economia da Universidade Central, Ignacio Larraechea, já que o país "encontra-se em uma fase de recuperação da crise de 2009, quando a atividade econômica caiu."
"As cifras ficarão mais moderadas na medida em que esse crescimento se traduzir em inflação", explicou o economista à AFP, segundo o qual é provável que o banco central aumente as taxas de juros para moderar a demanda.
No entanto, a normalização depois da crise e do posterior terremoto "é ainda parcial", e o banco central identifica ainda indústrias com menor capacidade produtiva, como as relacionadas ao setor de combustíveis e papel.
Larraechea destaca que, depois do terremoto, o Chile vive uma "recuperação defasada e desigual", que aumentou as diferenças com as indústrias localizadas nas regiões do sul, muito afetadas, e "acentuou o crescimento centralizado na região metropolitana".
Segundo o economista, este crescimento "acelerado de recuperação, retornará a taxas mais moderadas", e as projeções de crescimento anual em 5% do PIB serão mantidas
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