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É possível? Coreia do Sul faz eleição em meio à pandemia

Com teste de temperatura, máscaras, luvas e muito álcool em gel, eleitores sul-coreanos escolhem hoje os representantes da Assembleia Nacional

Votação em Seul: Coreia do Sul é um dos países que tiveram maior sucesso em achatar a curva de novas infecções (Kim Hong-Ji/Reuters)

Votação em Seul: Coreia do Sul é um dos países que tiveram maior sucesso em achatar a curva de novas infecções (Kim Hong-Ji/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2020 às 06h36.

Última atualização em 15 de abril de 2020 às 06h49.

A Coreia do Sul é um dos países que decidiram seguir com os planos de realizar eleições mesmo em meio a pandemia do novo coronavírus. Nesta quarta-feira, milhões de eleitores sul-coreanos irão escolher os novos representantes da Assembleia Nacional, a principal casa legislativa do país.

Para manter a segurança durante a votação, a temperatura dos eleitores é medida antes da entrada no local de votação. Se uma pessoa estiver com febre, ela é encaminhada para uma cabine especial.

Além disso, cada eleitor recebe uma luva antes de entrar no local de votação e é obrigado a passar álcool em gel nas mãos na saída. O uso de máscaras também é recomendado.

Os mais de 3.000 pacientes que estão em recuperação da covid-19, além dos médicos e de enfermeiros dos hospitais na capital Seul e em Daegu – duas das cidades com mais casos no país – terão de votar em locais de votação exclusivos.

Assim como ocorre em outros países, na Coreia do Sul é possível depositar o voto antecipadamente em dias específicos antes da data oficial da eleição. Até a terça-feira, mais de 26% dos 44 milhões de eleitores já tinham votado – o dobro de votos antecipados da última eleição legislativa, em 2016.

Com pouco mais de 10.500 casos confirmados da covid-19 e 222 mortes, a Coreia do Sul é um dos países que tiveram maior sucesso em achatar a curva de novas infecções. Seu programa de testagem em massa da população e isolamento dos casos suspeitos se tornou um exemplo para o mundo.

O número de novos casos tem caído consistentemente no país desde 3 de março, quando foram registradas 850 pessoas infectadas num só dia.

Na última segunda-feira, 13, o país teve apenas 25 novos casos, de acordo com os dados compilados por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Entretanto, ainda existe a preocupação com uma nova onda de infecções.

O sucesso das medidas de combate à covid-19 impulsionou a aprovação do presidente sul-coreano Moon Jae-In. Mais de 54% da população diziam aprovar a administração do governante em março, mais de 10 pontos percentuais acima do registrado em fevereiro.

O apoio ao governo deve se refletir nas eleições legislativas. O Partido Democrático – o mesmo de Moon Jae-In – é favorito para obter a maior parte dos assentos na Assembleia Nacional, de acordo com as pesquisas de opinião. Atualmente, ele é o partido com maior representação, com 121 das 300 cadeiras.

A decisão da Coreia do Sul de manter as eleições mesmo em meio à pandemia é uma exceção no mundo. Segundo um levantamento do International Institute for Democracy and Electoral Assistance, uma organização intergovernamental de promoção à democracia, 49 países já decidiram adiar eleições nacionais e locais por causa da crise do novo coronavírus. Um deles é a Bolívia, que realizaria uma eleição presidencial em maio.

Só 16 países decidiram manter os pleitos que estavam programados. A França, por exemplo, realizou eleições municipais em março. Portanto, o fato de a Coreia do Sul poder fazer a eleição nesta quarta-feira, por si só, é outra vitória da política do governo contra a pandemia.

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