PEÑA NIETO, PRESIDENTE DO MÉXICO: país divulga PIB trimestral na quarta-feira / Henry Romero
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 05h53.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h34.
“Pobre Mépico, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”. A famosa frase do ex-presidente Porfirio Díaz ganhou novo significado nesta quarta-feira. Agora, o maior problema do México é justamente ver a distância para o vizinho do norte aumentar subitamente com a eleição de Donald Trump.
Apesar de o presidente eleito não ter dado indicações claras, analistas afirmam que duas promessas de campanha referentes ao México estão entre as prioridades para o início de mandato: a construção do simbólico muro na fronteira entre os dois países, e a revisão do Nafta, o acordo de livre comércio da América do Norte. Uma possibilidade é que Estados Unidos e Canadá cheguem a um novo acordo que exclua os mexicanos. Trump prometeu ainda expulsar os imigrantes ilegais – cerca de 35 milhões de mexicanos vivem nos EUA.
O México é o terceiro maior parceiro comercial dos EUA, atrás apenas de Canadá e China, e é o segundo maior destino dos produtos americanos. Com uma relação econômica tão intrínseca, a ameaça de uma piora na economia do vizinho já é suficientemente assustadora para os mexicanos. Nesta quarta-feira, o peso mexicano teve sua maior queda em 22 anos e recuou 8% frente ao dólar. Apesar das expectativas do mercado por uma intervenção, o governo mexicano optou por não tomar nenhuma medida diante da derrocada da moeda – ao menos por hora.
Nesta quarta, a secretaria de Relações Exteriores, Claudia Massieu, reiterou que o México não pagará por um eventual muro construído na fronteira. “Pagar por um muro está fora da nossa visão de integração, de como México e Estados Unidos trabalhando juntos são mais competitivos”, afirmou. Em sua conta no Twitter, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, felicitou Trump pela vitória e lembrou que México e Estados Unidos são “parceiros” e “amigos”. “Reitero minha vontade de trabalharmos juntos em favor das relações bilaterais”, escreveu. Falando num seminário em Dubai, o ex-presidente mexicano Vicente Fox se disse “chocado” com a vitória de Trump e afirmou que o México “não vai pagar por aquela p$%@ de muro”. Entre a diplomacia e a revolta, o que fica mesmo entre os mexicanos é um medo profundo em relação ao futuro.