Mundo

Duas enfermeiras americanas estão curadas do ebola

Duas enfermeiras foram declaradas curadas do ebola hoje, sendo que uma delas recebeu alta e foi recebida por Barack Obama

O presidente americano, Barack Obama, com a enfermeira Nina Pham, que sobreviveu ao ebola (Larry Downing/Reuters)

O presidente americano, Barack Obama, com a enfermeira Nina Pham, que sobreviveu ao ebola (Larry Downing/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2014 às 17h15.

Washington - Duas enfermeiras americanas foram declaradas curadas do ebola nesta sexta-feira. Uma delas recebeu alta, deixou o hospital e foi recebida pelo presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca.

A boa notícia sobre as duas enfermeiras, que contraíram o ebola enquanto cuidavam de um paciente liberiano no Texas (sul), ocorre enquanto a cidade de Nova York lidava com seu primeiro caso confirmado de infecção pela febre hemorrágica.

Vestindo camiseta azul turquesa e aparência saudável, Nina Pham sorriu durante a coletiva concedida na parte externa do Centro Clínico dos Institutos Nacionais de Saúde (NHI, na sigla em inglês) em Bethesda, Maryland.

"Eu me sinto afortunada e abençoada por estar aqui hoje", disse Pham aos jornalistas, expressando sua gratidão àqueles que rezaram por ela e cuidaram dela enquanto esteve doente.

"Estou em processo de recuperação, enquanto reflito sobre os muitos outros que não foram tão afortunados", prosseguiu.

"Embora não tenha mais ebola, eu sei que pode demorar um pouco até eu recuperar as forças", afirmou a jovem.

A enfermeira não tomou nenhum medicamento experimental contra o ebola enquanto esteve isolada no hospital de pesquisas especializado em Bethesda, Maryland, afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alergias.

Pham foi a primeira trabalhadora de saúde a ser infectada com ebola nos Estados Unidos, e pegou a doença do paciente liberiano Thomas Eric Duncan, que deu entrada no Hospital Presbiteriano de Dallas em 28 de setembro.

Outra enfermeira colega dela, Amber Vinson, também foi infectada. Ela também se curou, mas ainda não foi liberada do Hospital da Universidade Emory, em Atlanta, Geórgia (sul).

"Os exames não detectam mais o vírus no sangue dela", destacou o hospital, acrescentando que a jovem "fazia bons avanços", mas que permaneceria na unidade de doenças infecciosas graves para prosseguir com os cuidados de suporte até segunda ordem.

Pham, de 26 anos, disse que seus pensamentos estão com a amiga, Amber, e com outro profissional de saúde, o médico americano Craig Spencer, diagnosticado com ebola na quinta-feira, em Nova York, após voltar da Guiné.

Ela também agradeceu ao médico Kent Brantly, o missionário americano que desenvolveu a doença na Libéria durante o verão e que doou plasma para ajudá-la em sua recuperação.

Horas depois de deixar o hopsital, a jovem foi recebida, nesta sexta, no Salão Oval da Casa Branca, pelo presidente americano, Barack Obama, que a abraçou.

Consultado durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do executivo, John Earnest, afirmou que Obama, que não estava "preocupado em absoluto" com a ideia do encontro, quis saudar o trabalho desta jovem, "que ficou doente cuidando de um paciente com ebola".

"Ela não o fez para ganhar aumento de salário ou para se destacar, o fez porque era o seu trabalho", afirmou Earnest. "O fato de estar curada é uma notícia fantástica", acrescentou.

Paciente liberiano

O diagnóstico confirmando que Pham tinha ebola foi anunciado em 12 de outubro, e o de Vinson, no dia 15.

Pham foi inicialmente internada em Dallas, no mesmo hospital onde trabalhava, e foi transferida para o Centro Clínico dos Institutos Nacionais de Saúde no dia 16.

As duas tiveram contato direto com Duncan, que no mês passado viajou de sua Libéria natal para o Texas para visitar a família, antes de adoecer e morrer de ebola em 8 de outubro.

Pham e Vinson trabalhavam na unidade de cuidados intensivos, embora continue o mistério de como exatamente foram infectadas.

Segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), uma "quebra de protocolo" seria a causa, e desde então, o órgão emitiu normas mais duras para vestir os trajes de proteção durante o tratamento de pacientes com ebola.

A doença é transmitida através do contato direto com suor, vômito, sangue ou outros fluidos corporais de uma pessoa infectada.

Funcionários sanitários correm um risco particular de contrair ebola.

Na quinta-feira, foi confirmada a infecção de Spencer com ebola, depois de tratar pacientes no oeste da África como membro da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Um total de nove pessoas já foram tratadas de ebola nos Estados Unidos e todas, com exceção de Duncan, sobreviveram.

Mais de 4.800 pessoas morreram vítimas da doença desde o começo do ano, sobretudo em Libéria, Guiné e Serra Leoa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Não há medicamentos no mercado para tratar o ebola e nenhuma vacina aprovada para evitar o contágio pelo vírus mortal, descoberto em 1976.

Segundo a OMS, testes com a vacina contra o ebola poderiam começar em dezembro no oeste da África e centenas de milhares de doses podem ser produzidas em meados de 2015.

Acompanhe tudo sobre:DoençasEbolaEpidemiasEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Juiz rejeita pedido de Trump para se afastar do caso da ex-atriz pornô

Netanyahu aprova envio de delegação a Doha para negociar cessar-fogo em Gaza

Mpox volta a ser declarada emergência global; há risco no Brasil?

Kirchner afirma que falta encontrar 'idealizadores' de seu atentado

Mais na Exame