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Documentos do governo chinês detalham programa contra muçulmanos

Jornal americano obteve mais de 400 páginas de material através de um membro do governo, que estaria descontente com as políticas executadas

Bandeira chinesa em Shanghai, China. 2015.  (Qilai Shen/In Pictures/Getty Images)

Bandeira chinesa em Shanghai, China. 2015. (Qilai Shen/In Pictures/Getty Images)

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EFE

Publicado em 17 de novembro de 2019 às 09h26.

Nova York (EUA)- O jornal americano "The New York Times" publicou neste sábado documentos do governo da China, que mostram novos detalhes do programa de detenções em massa contra minorias muçulmanas na região de Xinjiang, no noroeste do país asiático.

O veículo obteve mais de 400 páginas de material através de um membro do governo, que estaria descontente com as políticas executadas e pediu para ter a identidade não revelada.

Entre os documentos, estão discursos feitos pelo presidente chinês, Xi Jinping, a funcionários durante e depois de uma visita a Xinjiang, em abril de 2014, semanas depois que militantes uigures mataram 31 pessoas em um atentado.

Segundo o "New York Times", esses pronunciamentos marcaram as bases para a repressão, com direito ao chefe de governo pedindo que não houvesse "absolutamente nenhuma compaixão" na resposta.

Nos últimos anos, as autoridades chinesas confinaram cerca de 1 milhão de uigures e outras minorias muçulmanas em campos classificados como de reeducação, em Xinjiang, segundo entidades de defesa dos direitos humanos.

O governo da China garante que são locais de formação vocacional, criados para pessoas que sofreram influência de extremismo religioso e que cometeram pequenos delitos, para fazer com que se tornem terroristas.

Segundo as informações obtidas pelo "NYT", os campos de internação cresceram muito rapidamente depois da nomeação, em agosto de 2006, de Chen Quanguo como responsável pela área. O dirigente puniu funcionários que considerava resistentes com mão de ferro.

Em outro documento vazado, está um guia preparado para que funcionários do governo chinês pudessem dar respostas as perguntas de estudantes que voltavam a Xinjian e descobriam o desaparecimento de algum familiar, que estariam nestes campos.

O texto ordenava, primeiramente, tranquilizar aos jovens, mas em caso de insistência, era preciso dizer que as ações poderiam resultar em aumento do tempo dos parentes nos centros de reeducação.

Estados Unidos e outros países ocidentais vêm denunciando abertamente as violações dos direitos humanos do governo na China contra minorias muçulmanas. EFE

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