Acompanhe:

Do fim do mundo para a capa da Time

Com carisma e discurso inovador, papa Francisco rouba a cena em 2013

Modo escuro

Continua após a publicidade
Papa Francisco acena: escolha de seu nome, inspirado em São Francisco de Assis, ajudou a construir o pilar de seu pontificado (Alessandro Bianchi/Reuters)

Papa Francisco acena: escolha de seu nome, inspirado em São Francisco de Assis, ajudou a construir o pilar de seu pontificado (Alessandro Bianchi/Reuters)

B
Beatriz Farrugia

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às, 08h49.

São Paulo - Em nove meses, ele deixou o "fim do mundo" para estampar a capa da revista Time como "pessoa mais influente" de 2013. Aos 77 anos de idade, o argentino Jorge Mario Bergoglio tem sacudido a Igreja Católica com suas reformas estruturais, declarações surpreendentes e um jeito simples e carismático de viver.

Sua eleição em 13 de março de 2013, por si só, já faria de Bergoglio um Papa diferente, pois seria o sucessor do histórico Bento XVI, o primeiro Pontífice a renunciar ao cargo nos últimos 600 anos.

Um mês, porém, foi tempo suficiente para Bergoglio dar indícios de que seu papado seria igualmente - ou mais - marcante que o de seu antecessor.

De formação jesuíta, o argentino logo de início recusou os luxuosos cômodos do Palácio Apostólico no Vaticano e optou por morar na compartilhada Casa de Santa Marta, onde até hoje costuma tomar café da manhã e celebrar missas com os funcionários locais. Bergoglio também dispensou o carro oficial da Santa Sé e o serviço de seguranças, quebrando protocolos.

A escolha de seu nome, inspirado em São Francisco de Assis, ajudou a construir o pilar de seu pontificado e a materializar sua ideia de igreja voltada para os pobres -- concepção que tem guiado seus discursos, missas e decisões.


Apesar do carisma esbanjado em suas aparições públicas, nas quais vez ou outra bebe mate da cuia de peregrinos, troca de solidéu com fiéis e beija crianças e idosos, o papa Francisco é um líder firme, exigente e crítico dentro da cúria romana.

Com poucos meses no cargo, Bergoglio promoveu reformas aguardadas há décadas e tocou em temas sensíveis ao Vaticano, como homossexualidade, pedofilia, papel das mulheres na igreja, corrupção e lavagem de dinheiro.

Francisco formou uma comissão para reformar a cúria e outra para acompanhar as operações do Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano e alvo de denúncias e investigações. Também pediu que as dioceses prestassem assistência a vítimas de pedofilia, afastou do cargo um bispo alemão que esbanjava ostentação e reafirmou que as mulheres são, sim, essenciais para a vida religiosa.

Em uma declaração história, o Papa disse que os homossexuais não deveriam ser julgados ou marginalizados pela sociedade. "Se alguém é gay e busca o Senhor de boa fé, quem sou eu para julgar?", comentou o Papa. Sua posição sobre o tema lhe rendeu o título de "Pessoa do Ano" pela revista "The Advocate", a mais tradicional da comunidade gay norte-americana.

Na área política, Bergoglio fez fortes apelos contra o uso de armas químicas na Síria e convocou uma vigília de orações no Vaticano pelas vítimas do confronto civil. Ele também proferiu discursos contra a corrupção e a favor de líderes que governam pelo bem comum, além de cobrar medidas que evitem a morte de dezenas de imigrantes clandestinos que tentam chegar à Europa.

A multidão curiosa que Francisco arrastou pelas ruas do Rio de Janeiro, em julho, em sua primeira viagem internacional, comprovou que o recém-eleito Papa estava levando novos ares à Igreja Católica. E que a desmistificação em torno de sua figura -- como um ser humano que come, dorme, possui ex-namorada e time de futebol do coração, o San Lorenzo -- angariaria fãs pelo mundo todo, católicos ou não. 

Últimas Notícias

Ver mais
Sexta-feira Santa: as 10 melhores frases para celebrar a data
Pop

Sexta-feira Santa: as 10 melhores frases para celebrar a data

Há 10 horas

Quinta-feira Santa é feriado? Saiba se a data é considerada nacional ou ponto facultativo
Pop

Quinta-feira Santa é feriado? Saiba se a data é considerada nacional ou ponto facultativo

Há um dia

Papa Francisco pede negociação na Ucrânia e em Gaza diante do 'horror da guerra'
Mundo

Papa Francisco pede negociação na Ucrânia e em Gaza diante do 'horror da guerra'

Há uma semana

Padilha diz que acordo por PEC desmonta fake news sobre Lula perseguir igrejas
Brasil

Padilha diz que acordo por PEC desmonta fake news sobre Lula perseguir igrejas

Há uma semana

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais