Discussões climáticas podem retroceder desde Cancún
Acordo anterior previu a criação de Fundo Climático Verde para enviar 100 bilhões de dólares anuais de assistência a países pobres, mas novas reuniões mostram impasse
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2011 às 14h40.
Bangcoc - As discussões sobre a agenda que travou as negociações climáticas da ONU em Bangcoc esta semana mostram que alguns países estão tentando retroceder em relação aos acordos conquistados a duras penas em dezembro passado, disse a Rússia nesta quarta-feira.
O acordo fechado em Cancún em dezembro previu a criação de um Fundo Climático Verde para administrar 100 bilhões de dólares anuais em assistência a países pobres até 2020 e a limitação da alta na temperatura média mundial a menos de 2 graus Celsius em relação à época pré-industrial.
O pacto também conquistou um consenso em relação a medidas para proteger as florestas tropicais e um quadro de medidas para ajudar os países mais pobres a se adaptarem à elevação do nível dos mares e a maiores extremos climáticos, em uma série de acordos que foram vistos como salvadores das difíceis negociações climáticas da ONU.
Mas as discussões de 3 a 8 de abril em Bangcoc, a primeira grande conferência climática mundial desde Cancún, na qual se pretendia acordar um plano que levasse o trabalho adiante, partindo dos acordos de dezembro, estão atoladas em função de uma disputa sobre uma agenda apresentada pelo grupo G77 mais a China, composto de 131 membros.
Os países ricos dizem que a agenda não reflete todos os acordos fechados em Cancún e que faz pressão pela resolução até o final do ano das mais importantes questões que ficaram em aberto, em lugar de tentar estudar os problemas passo a passo, como foi acordado em Cancún.
"As esperanças e expectativas eram que, depois de Cancún, iniciaríamos um trabalho mais focado de avançar a partir do resultado de Cancún", disse Oleg Shamanov, chefe da delegação russa.
Shamanov disse que a ideia era discutir os elementos específicos das decisões formais a serem tomadas na conferência climática principal do fim do ano em Durban, na África do Sul.
"Em lugar disso, estamos agora atolados em discussões puramente de procedimentos, sobre a agenda, coisa que poderia ter sido evitada."
"Isso me decepciona profundamente, já que estamos retrocedendo em relação à dinâmica que alcançamos em Cancún", disse ele em entrevista à Reuters.
O encontro em Cancún deixou sem resolver questões mais difíceis como o destino do Protocolo de Kyoto -- a arma principal da ONU na luta contra as mudanças climáticas. Os países pobres querem que o destino de Kyoto seja resolvido em Durban.
A primeira fase de Kyoto, 2008-2012, obriga quase 40 países ricos a respeitar metas de emissões. Mas ainda não há em vista nenhum pacto sucessor que amplie ou substitua o de Kyoto, e os países ricos e pobres estão profundamente divididos quanto à forma que qualquer pacto novo deve ter.
Os países mais pobres querem que Kyoto continue como o acordo principal. Pelos termos do pacto, os países em desenvolvimento são obrigados a tomar medidas voluntárias para limitar suas emissões.
"Minha avaliação é que algumas partes estão um pouco assustadas com o que foi acordado em Cancún, temendo que os compromissos assumidos sejam de alcance demasiado longo, e que estejam querendo assumir uma posição de cautela", disse Shamanov, acrescentando que a Rússia está ansiosa para ver as negociações avançarem.
Bangcoc - As discussões sobre a agenda que travou as negociações climáticas da ONU em Bangcoc esta semana mostram que alguns países estão tentando retroceder em relação aos acordos conquistados a duras penas em dezembro passado, disse a Rússia nesta quarta-feira.
O acordo fechado em Cancún em dezembro previu a criação de um Fundo Climático Verde para administrar 100 bilhões de dólares anuais em assistência a países pobres até 2020 e a limitação da alta na temperatura média mundial a menos de 2 graus Celsius em relação à época pré-industrial.
O pacto também conquistou um consenso em relação a medidas para proteger as florestas tropicais e um quadro de medidas para ajudar os países mais pobres a se adaptarem à elevação do nível dos mares e a maiores extremos climáticos, em uma série de acordos que foram vistos como salvadores das difíceis negociações climáticas da ONU.
Mas as discussões de 3 a 8 de abril em Bangcoc, a primeira grande conferência climática mundial desde Cancún, na qual se pretendia acordar um plano que levasse o trabalho adiante, partindo dos acordos de dezembro, estão atoladas em função de uma disputa sobre uma agenda apresentada pelo grupo G77 mais a China, composto de 131 membros.
Os países ricos dizem que a agenda não reflete todos os acordos fechados em Cancún e que faz pressão pela resolução até o final do ano das mais importantes questões que ficaram em aberto, em lugar de tentar estudar os problemas passo a passo, como foi acordado em Cancún.
"As esperanças e expectativas eram que, depois de Cancún, iniciaríamos um trabalho mais focado de avançar a partir do resultado de Cancún", disse Oleg Shamanov, chefe da delegação russa.
Shamanov disse que a ideia era discutir os elementos específicos das decisões formais a serem tomadas na conferência climática principal do fim do ano em Durban, na África do Sul.
"Em lugar disso, estamos agora atolados em discussões puramente de procedimentos, sobre a agenda, coisa que poderia ter sido evitada."
"Isso me decepciona profundamente, já que estamos retrocedendo em relação à dinâmica que alcançamos em Cancún", disse ele em entrevista à Reuters.
O encontro em Cancún deixou sem resolver questões mais difíceis como o destino do Protocolo de Kyoto -- a arma principal da ONU na luta contra as mudanças climáticas. Os países pobres querem que o destino de Kyoto seja resolvido em Durban.
A primeira fase de Kyoto, 2008-2012, obriga quase 40 países ricos a respeitar metas de emissões. Mas ainda não há em vista nenhum pacto sucessor que amplie ou substitua o de Kyoto, e os países ricos e pobres estão profundamente divididos quanto à forma que qualquer pacto novo deve ter.
Os países mais pobres querem que Kyoto continue como o acordo principal. Pelos termos do pacto, os países em desenvolvimento são obrigados a tomar medidas voluntárias para limitar suas emissões.
"Minha avaliação é que algumas partes estão um pouco assustadas com o que foi acordado em Cancún, temendo que os compromissos assumidos sejam de alcance demasiado longo, e que estejam querendo assumir uma posição de cautela", disse Shamanov, acrescentando que a Rússia está ansiosa para ver as negociações avançarem.