Mundo

Diretora-gerente do FMI pede ao Reino Unido políticas 'coerentes e consistentes'

Durante as reuniões ministeriais e de bancos centrais desta semana, o FMI enfatizou que a disciplina fiscal precisa ser mantida

A medida forçou o Banco da Inglaterra, que vem aumentando os custos dos empréstimos, a entrar nos mercados de títulos para ajudar a proteger a estabilidade financeira (AFP/AFP)

A medida forçou o Banco da Inglaterra, que vem aumentando os custos dos empréstimos, a entrar nos mercados de títulos para ajudar a proteger a estabilidade financeira (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 13 de outubro de 2022 às 15h46.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, pediu nesta quinta-feira, 13, que o Reino Unido e outras nações garantam que suas políticas fiscais permaneçam "coerentes e consistentes", após relatos de que Londres está considerando mais mudanças em seu controverso plano orçamentário.

Georgieva afirmou que teve uma discussão "muito construtiva" com o ministro britânico das Finanças, Kwasi Kwarteng, e com o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, durante a reunião anual do Fundo Monetário Internacional, que acontece esta semana em Washington, D.C..

"Discutimos a importância da coerência política e da comunicação clara para que, neste clima de preocupação, não haja motivo para mais nervosismo", afirmou.

Durante as reuniões ministeriais e de bancos centrais desta semana, o Fundo enfatizou que a disciplina fiscal precisa ser mantida, à medida que os bancos centrais aumentam as taxas de juros para conter a inflação descontrolada.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

"Nossa mensagem para todos, não apenas para o Reino Unido, mas para todos neste momento: a política fiscal não deve abalar a política monetária", enfatizou Georgieva. "Então não prolonguem a dor e garantam que as medidas sejam coerentes e consistentes", acrescentou.

Kwarteng abalou os mercados no mês passado quando cortou impostos e congelou os preços da energia em uma tentativa de aliviar a crise do custo de vida, o que levantou temores de mais dívidas para o Reino Unido.

A medida forçou o Banco da Inglaterra, que vem aumentando os custos dos empréstimos, a entrar nos mercados de títulos para ajudar a proteger a estabilidade financeira.

Desde então, Kwarteng eliminou sua proposta de redução de impostos para os mais ricos e antecipou seus planos de redução da dívida e de previsões econômicas para 31 de outubro.

Nesta quinta, a libra esterlina subiu em relação ao dólar, após relatos de que as autoridades britânicas estavam discutindo como se afastar das custosas medidas de corte de impostos.

Ao pedir consistência, Georgieva disse que é "correto ser guiado pelas evidências, então, se a evidência é que deve haver uma recalibração (de políticas), é correto que os governos façam isso".

LEIA TAMBÉM:

FMI alerta para endividamento de países pobres por inflação e juros

Guedes critica FMI após instituição indicar gastos desnecessários com auxílio

Acompanhe tudo sobre:economia-internacionalFMIReino Unido

Mais de Mundo

Companhia do Azerbaijão cancela voos para sete cidades russas após queda de avião da Embraer

Presidente do Panamá rechaça reduzir pedágio de canal após exigência de Trump

2024: o ano em que Elon Musk ficou mais rico e poderoso do que nunca

Ataque russo à rede elétrica deixa centenas de milhares de ucranianos sem aquecimento