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Dilma promete inflação menor e estabilidade econômica

Em sua primeira viagem internacional como pré-candidata às eleições de outubro, Dilma buscou acalmar investidores

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.

Nova York - A pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) prometeu nesta sexta-feira manter a autonomia operacional do Banco Central e reduzir cuidadosamente a meta de inflação brasileira nos próximos anos, caso eleita.

Em sua primeira viagem internacional como pré-candidata às eleições de outubro, Dilma buscou acalmar investidores preocupados com um possível superaquecimento da economia.

"Minha mensagem para os investidores internacionais é: o Brasil vai manter o crescimento com inclusão social e estabilidade macroeconômica, buscando controlar os preços através de metas de inflação e manter a disciplina fiscal ao reduzir a dívida", disse em Nova York.

A inflação doméstica atualmente está superando o centro da meta definido pelo governo, de 4,5 por cento, conforme a economia se acelera em resposta a estímulos fiscais e monetários sem precedentes.

Dilma afirmou que o Brasil está em condições de "gradualmente" diminuir essa meta de inflação nos próximos quatro anos. "Mas temos que fazer isso com muito cuidado, porque vivemos um momento de muita volatilidade e imprevisibilidade", ponderou Dilma, em evento organizado pela BM&FBovespa.

Os mercados estão menos preocupados com o risco político nas eleições de outubro do que nos pleitos anteriores, já que os principais pré-candidatos à Presidência --Dilma e José Serra (PSDB)-- não devem implementar mudanças radicais nas políticas macroeconômicas.

Eles estão tecnicamente empatados, segundo pesquisa do Instituto Sensus divulgada na segunda-feira.

Falando a uma audiência de investidores internacionais, ela foi aplaudida quando elogiou a decisão do Banco Central de elevar as taxas de juros no mês passado, apesar de 2010 ser um ano de eleição.
 


A autoridade monetária aumentou a Selic em abril em 0,75 ponto percentual, para 9,5 por cento ao ano, sinalizando a continuação do aperto monetário mais à frente. Muitos economistas avaliaram que o BC deveria ter iniciado o ciclo de elevação do juro em seu penúltimo encontro.

Dilma disse que é "fundamental" para o próximo governo manter a autonomia operacional do Banco Central, bem como o status de seu presidente, Henrique Meirelles, considerado ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Essa autonomia operacional do Banco Central nos ajudou a manter uma trajetória estável", disse.

Dilma afirmou, contudo, que um projeto para dar autonomia formal ao BC enfrentaria oposição por partidos políticos no Congresso.

Ela também defendeu o regime de câmbio flutuante do país, dizendo que tivemos "experiências muito ruins no passado" com uma taxa fixa de câmbio.

Dilma alertou, no entanto, que o regime de câmbio flutuante pode resultar "alguma volatilidade em momentos de turbulência internacional se não tivermos um volume significativo de reservas internacionais".

Poder geopolítico

A pré-candidata disse que a descoberta de grandes reservas de petróleo na camada do pré-sal no Brasil dá ao país um poder geopolítico "considerável".

"O Brasil deve buscar uma posição de liderança entre os países desenvolvidos durante esta década", ela afirmou.

Mais tarde, durante entrevista coletiva, ela defendeu os esforços do presidente Lula para mediar um acordo nuclear entre o Irã e a comunidade internacional, evitando mais sanções que, segundo ela, poderiam levar a uma nova guerra.

Ela prometeu não privatizar a Petrobras ou qualquer outra estatal. Porém, disse que seu governo seria favorável às concessões ao setor privado para construir novas hidrelétricas e estradas "sempre que for a opção mais barata".


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