Díaz-Canel promete continuidade ao assumir como presidente de Cuba
Ele prometeu manter o sistema comunista do país, reformar a economia gradualmente e negociar com os EUA sem ceder a nenhuma das exigências de Washington
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de abril de 2018 às 16h36.
Última atualização em 19 de abril de 2018 às 16h36.
Miguel Díaz-Canel assumiu o posto de presidente de Cuba na manhã desta quinta-feira, 19. Ele prometeu manter o sistema comunista do país e reformar a economia gradualmente. O funcionário público de 57 anos afirmou que Raúl Castro permanece como chefe do Partido Comunista, a autoridade suprema do país.
Os 12 anos de mandato de Castro terminaram pouco antes da 9 horas da manhã, quando o chefe da comissão eleitoral do país anunciou que 604 dos 605 membros da Assembleia Nacional haviam aprovado Díaz-Canel como o único candidato.
Após o anúncio, Castro e Díaz-Canel subiram ao palco, se abraçaram e o ex-presidente voltou a se sentar. Raúl disse que ficará no comando no partido até 2021.
"O povo deu a esta assembleia o mandato para dar continuidade à Revolução Cubana durante um momento crucial e histórico que será definido por tudo o que conquistarmos na modernização do nosso modelo social e econômico", disse o novo presidente.
Ele ressaltou que Cuba está, como sempre, preparada para negociar com os Estados Unidos, mas sem ceder a nenhuma das exigências de Washington por mudanças internas.
Díaz-Canel afirmou que vai seguir o plano de 12 anos estabelecido pela Assembleia Nacional e o Partido Comunista. O projeto tem como objetivo permitir um crescimento moderado das empresas privadas, enquanto mantém importantes setores da economia nas mãos do Estado.
Castro assistiu ao discurso da audiência, mas Díaz-Canel deixou claro que irá se submeter ao homem que, junto do irmão Fidel, fundou e governou por seis décadas um dos últimos governos comunistas do mundo.
"Eu confirmo a esta assembleia que Raúl Castro, como primeiro secretário do Partido Comunista, vai liderar as decisões sobre o futuro do país", disse. "Cuba precisa dele, fornecendo ideias e propostas para a causa revolucionária, nos orientando e alertando sobre qualquer erro ou deficiência, nos ensinando, e sempre pronto para confrontar o imperialismo."