Diário Oficial de SP sugere: não use bicicleta nas ruas
Reportagem de capa do jornal do governo paulista relaciona acidentes envolvendo ciclistas com aumento do número de pessoas que adotam a magrela como meio de transporte
Vanessa Barbosa
Publicado em 11 de julho de 2012 às 20h35.
São Paulo – Em reportagem publicada nesta quarta-feira, o Diário Oficial do Estado de São Paulo associa o aumento do número de acidentes envolvendo ciclistas no estado com uma maior adesão da população à esse meio de transporte sustentável para os deslocamentos diários.
A matéria, assinada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, informa que, a cada dia, 9 ciclistas são internados em hospitais públicos, vítimas de acidentes de trânsito, e pelo menos uma pessoa morre. Ano passado, segundo a secretaria, as internações custaram R$3,25 milhões à administração paulista.
Intitulada “Mais ciclistas, mais acidentes”, a reportagem (acesse aqui ) traz também a visão de um médico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, da USP, de como evitar acidentes em um estado desprovido de infraestrutura adequada para ciclistas. O especialista sugere: "para não colocar a vida de quem pedala em risco, recomendo não usar a bike no trânsito de São Paulo. É uma opção segura de lazer em cidades menores, parques públicos e em ciclovias instaladas na capital, aos domingos". A matéria, no entanto, não chega a consultar as vítimas, ou seja, os próprios ciclistas.
Adeptos das magrelas não concordam com a abordagem feita pelo órgão. “A matéria ignora que ciclistas que pedalam nas ruas dificilmente caem sozinhos. Desconsidera que traumas graves nos membros inferiores são geralmente causados por rodas ou para-choques de veículos maiores”, diz o ciclista Willian Cruz, em seu blog Vá de Bike, um dos mais ativos no meio.
“Também ignora solenemente os atropelamentos e ameaças à vida do ciclista, sejam intencionais, por imperícia ou negligência na condução do veículo maior. Passa ao largo do respeito à vida, do compartilhamento, do uso comum do espaço público. E atropela todas as noções de civilidade ao isentar motoristas de culpa, atribuindo-a única e exclusivamente ao ciclista, usando um exemplo de claro desrespeito à vida como regra geral e suposta falha do ciclista”, critica.
Motoqueiros se acidentam mais
Apesar da reportagem destacar os custos com o tratamento de ciclistas acidentados no trânsito, é outro tipo de transporte que mais causa vítimas no estado. Dados recentes do Ministério da Saúde mostram que São Paulo tem o maior número de internações por ano por acidente de trânsito. Detalhe: das 19.792 vítimas hospitalizadas em 2011, 48,1% eram usuários de motos.
São Paulo – Em reportagem publicada nesta quarta-feira, o Diário Oficial do Estado de São Paulo associa o aumento do número de acidentes envolvendo ciclistas no estado com uma maior adesão da população à esse meio de transporte sustentável para os deslocamentos diários.
A matéria, assinada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, informa que, a cada dia, 9 ciclistas são internados em hospitais públicos, vítimas de acidentes de trânsito, e pelo menos uma pessoa morre. Ano passado, segundo a secretaria, as internações custaram R$3,25 milhões à administração paulista.
Intitulada “Mais ciclistas, mais acidentes”, a reportagem (acesse aqui ) traz também a visão de um médico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, da USP, de como evitar acidentes em um estado desprovido de infraestrutura adequada para ciclistas. O especialista sugere: "para não colocar a vida de quem pedala em risco, recomendo não usar a bike no trânsito de São Paulo. É uma opção segura de lazer em cidades menores, parques públicos e em ciclovias instaladas na capital, aos domingos". A matéria, no entanto, não chega a consultar as vítimas, ou seja, os próprios ciclistas.
Adeptos das magrelas não concordam com a abordagem feita pelo órgão. “A matéria ignora que ciclistas que pedalam nas ruas dificilmente caem sozinhos. Desconsidera que traumas graves nos membros inferiores são geralmente causados por rodas ou para-choques de veículos maiores”, diz o ciclista Willian Cruz, em seu blog Vá de Bike, um dos mais ativos no meio.
“Também ignora solenemente os atropelamentos e ameaças à vida do ciclista, sejam intencionais, por imperícia ou negligência na condução do veículo maior. Passa ao largo do respeito à vida, do compartilhamento, do uso comum do espaço público. E atropela todas as noções de civilidade ao isentar motoristas de culpa, atribuindo-a única e exclusivamente ao ciclista, usando um exemplo de claro desrespeito à vida como regra geral e suposta falha do ciclista”, critica.
Motoqueiros se acidentam mais
Apesar da reportagem destacar os custos com o tratamento de ciclistas acidentados no trânsito, é outro tipo de transporte que mais causa vítimas no estado. Dados recentes do Ministério da Saúde mostram que São Paulo tem o maior número de internações por ano por acidente de trânsito. Detalhe: das 19.792 vítimas hospitalizadas em 2011, 48,1% eram usuários de motos.