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Dia de São Valentim é popular mesmo Faixa de Gaza

Até os serviços de segurança do movimento Hamas fazem vista grossa para uma comemoração que nada tem a ver com os preceitos do islamismo

Faixa de Gaza: o Hamas, que por sua ideologia religiosa não considera a existência do Dia de São Velentim, ganhou as eleições em Gaza em 2006. (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Gaza - O Dia de São Valentim se popularizou tanto na Faixa de Gaza que até os serviços de segurança do movimento Hamas fazem vista grossa para uma comemoração que nada tem a ver com os preceitos do islamismo.

Junto aos habituais ramalhetes e ornamentos de sua loja na rua Omar al-Mukhtar, no centro de Gaza, o comerciante Jawad al-Khaldi colocou hoje dois enormes ursos de pelúcia vermelhos, flores e luzes coloridas, decoração criada para a comemoração do dia dos namorados, que em uma região islamizada e marcada por seu conservadorismo religioso não passa despercebida.

"Este ano as compras não foram como no ano passado, porque a maioria dos moradores são empregados e não receberam seus salários completos devido à crise econômica", disse Khaldi, que costuma comprar seus produtos no Egito.

O Hamas, que por sua ideologia religiosa não considera a existência do Dia de São Velentim, ganhou as eleições em Gaza em 2006 e assumiu o poder de fato na região após um conflito armado com o movimento nacionalista Fatah, em 2007. Pouco depois, Israel não considerou a autoridade do Hamas e impôs um rígido bloqueio à região.

Como forma de driblar as restrições, os palestinos se abastecem no Egito através de túneis localizados na península do Sinai. Esta é a opção preferida de muitos comerciantes, apesar de encarecer os produtos.

"Antes da tomada de Gaza pelo Hamas os preços eram normais, mas fazer contrabando pelos túneis encarece os produtos", explicou Khaldi, para quem São Valentim deveria ajudar também na reconciliação entre as facções palestinas.


"Acho que São Valentim, especialmente em Gaza, não deve ser apenas trocar presentes, rosas ou ursinhos de pelúcia entre apaixonados, mas incentivar o amor e o perdão entre os militantes do Hamas e do Fatah, em um dia de união nacional, perdão, paz e amor entre as pessoas", discursou.

Com uma população de 1,7 milhão de pessoas, a cidade de Gaza ficou nesta quinta-feira lotada de pessoas nas ruas procurando presentes, em um dia com muitos engarrafamentos.

Jovens de ambos os sexos percorriam as zonas comerciais, com as lojas especialmente preparadas para a data, para encontrar o regalo ideal.

O Dia de São Valentim, no entanto, é visto por muitos palestinos como uma data para demonstrar o amor em sua concepção mais geral, e não em sua versão ocidental.

"Na minha opinião o conceito é errado. O sentimento de amor deve estar em nossos corações e mentes, não só entre uma mulher e um homem, mas entre todos os seres humanos", afirmou Mohammed al-Zaharna, um jovem de 24 anos.

Assim como Khaldi, ele também se mostra esperançoso de que os palestinos "superem em breve a situação de divisão e possam viver em amor, paz e calma".

Junto com a ocupação israelense, a pobreza, o desemprego e a péssima situação econômica, a perene rivalidade entre islamitas e nacionalistas ocupa hoje as mentes dos moradores da faixa.

"O Dia de São Valentim não é suficiente para expressar amor, em todos os dias do ano deveríamos expressar amor, perdão e paz em direção ao próximo", destacou Manal Yassin, uma jovem de 25 anos que descreve o amor como esse "sentimento maravilhoso que ninguém pode viver sem".

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Junto aos habituais ramalhetes e ornamentos de sua loja na rua Omar al-Mukhtar, no centro de Gaza, o comerciante Jawad al-Khaldi colocou hoje dois enormes ursos de pelúcia vermelhos, flores e luzes coloridas, decoração criada para a comemoração do dia dos namorados, que em uma região islamizada e marcada por seu conservadorismo religioso não passa despercebida.

"Este ano as compras não foram como no ano passado, porque a maioria dos moradores são empregados e não receberam seus salários completos devido à crise econômica", disse Khaldi, que costuma comprar seus produtos no Egito.

O Hamas, que por sua ideologia religiosa não considera a existência do Dia de São Velentim, ganhou as eleições em Gaza em 2006 e assumiu o poder de fato na região após um conflito armado com o movimento nacionalista Fatah, em 2007. Pouco depois, Israel não considerou a autoridade do Hamas e impôs um rígido bloqueio à região.

Como forma de driblar as restrições, os palestinos se abastecem no Egito através de túneis localizados na península do Sinai. Esta é a opção preferida de muitos comerciantes, apesar de encarecer os produtos.

"Antes da tomada de Gaza pelo Hamas os preços eram normais, mas fazer contrabando pelos túneis encarece os produtos", explicou Khaldi, para quem São Valentim deveria ajudar também na reconciliação entre as facções palestinas.


"Acho que São Valentim, especialmente em Gaza, não deve ser apenas trocar presentes, rosas ou ursinhos de pelúcia entre apaixonados, mas incentivar o amor e o perdão entre os militantes do Hamas e do Fatah, em um dia de união nacional, perdão, paz e amor entre as pessoas", discursou.

Com uma população de 1,7 milhão de pessoas, a cidade de Gaza ficou nesta quinta-feira lotada de pessoas nas ruas procurando presentes, em um dia com muitos engarrafamentos.

Jovens de ambos os sexos percorriam as zonas comerciais, com as lojas especialmente preparadas para a data, para encontrar o regalo ideal.

O Dia de São Valentim, no entanto, é visto por muitos palestinos como uma data para demonstrar o amor em sua concepção mais geral, e não em sua versão ocidental.

"Na minha opinião o conceito é errado. O sentimento de amor deve estar em nossos corações e mentes, não só entre uma mulher e um homem, mas entre todos os seres humanos", afirmou Mohammed al-Zaharna, um jovem de 24 anos.

Assim como Khaldi, ele também se mostra esperançoso de que os palestinos "superem em breve a situação de divisão e possam viver em amor, paz e calma".

Junto com a ocupação israelense, a pobreza, o desemprego e a péssima situação econômica, a perene rivalidade entre islamitas e nacionalistas ocupa hoje as mentes dos moradores da faixa.

"O Dia de São Valentim não é suficiente para expressar amor, em todos os dias do ano deveríamos expressar amor, perdão e paz em direção ao próximo", destacou Manal Yassin, uma jovem de 25 anos que descreve o amor como esse "sentimento maravilhoso que ninguém pode viver sem".

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