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Desinformação sobre eleitores cresce na eleição dos EUA

A duas semanas daquela que pode ser uma das mais acirradas eleições presidenciais, os esforços para enganar, intimidar e pressionar os eleitores aumentam

Barack Obama e Mitt Romney disputam a Casa Branca, nos Estados Unidos (AFP/Montagem de EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 08h39.

Washington - Na Flórida, na Virgínia e em Indiana, os eleitores têm recebido ligações informando erroneamente que é possível votar por telefone.

Em Ohio e Wisconsin, outdoors em bairros pobres e habitados por minorias mostram prisioneiros atrás de grades, e alertam para as penas em caso de fraude eleitoral -- iniciativa que, segundo grupos de direitos eleitorais, serve para intimidar eleitores ligados a minorias.

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E em todo o país alguns patrões --notavelmente os irmãos bilionários David e Charles Koch, cofundadores do grupo conservador Americanos pela Prosperidade-- estão pressionando seus empregados a votarem no republicano Mitt Romney .

A duas semanas daquela que pode ser uma das mais acirradas eleições presidenciais na história dos EUA, os esforços para enganar, intimidar e pressionar os eleitores são uma parte cada vez mais importante do cenário político.

Analistas dizem que as táticas geralmente vistas só nos últimos dias antes da votação desta vez já estão em pleno uso bem antes.

"Vimos um aumento nas táticas de ludibriar e intimidar, destinadas a evitar que americanos aptos a votarem o façam", disse Eric Marshall, do Comitê de Advogados pelos Direitos Civis Sob a Lei. O grupo comanda uma coalizão de entidades que montou uma linha direta para recolher denúncias de intimidações a eleitores.

Os democratas são os que mais se queixam dessas táticas. Eles também citam grupos ligados ao movimento conservador republicano Tea Party, que está treinando dezenas de milhares de pessoas para monitorar seções eleitorais no dia 6 de novembro. O polêmico plano foi criticado como uma tentativa de atrasar ou desencorajar o voto.

Voto por telefone

Mas os republicanos também têm suas queixas, concentradas principalmente nos cerca de oito Estados que se mostram divididos nas pesquisas, e por isso podem decidir a eleição presidencial.

O eleitor republicano Kurtis Killian, morador de St. Augustine, na Flórida, contou ter recebido uma ligação de um homem que se identificou como funcionário da Divisão de Eleições do Estado, e que o convidava a votar por telefone para não precisar ir à sua seção eleitoral em 6 de novembro.


Killian disse que rejeitou a proposta e denunciou o fato às autoridades eleitorais locais.

"Sei que não existe esse negócio de voto por telefone", disse Killian. Mas "quem não consegue sair de casa facilmente (como eleitores idosos ou deficientes) poderia cair nessa - seria conveniente para eles. Uma vez que você acha que já votou, você não irá às urnas. Meu voto seria cancelado." A Comissão de Eleições da Virgínia recebeu queixas semelhantes de pelo menos dez pessoas -- a maioria idosos. Moradores do condado de Tippecanoe, em Indiana, também disseram ter recebido telefonemas semelhantes em setembro, o que motivou uma investigação das autoridades estaduais.

O foco dessa investigação foi uma empresa chamada Vote USA. Não está claro quem é o responsável pelo grupo -- seu número de telefone não está mais ativo. As autoridades de Indiana aconselharam os eleitores a ignorarem ligações como essa.

Em Wisconsin e Ohio, considerados os mais decisivos e cobiçados entre todos os "swing states" ("Estados oscilantes"), ativistas e parlamentares democratas estão irritados com dezenas de outdoors, surgidos nas últimas semanas, que alertam sobre punições em caso de fraude eleitoral -- até 3,5 anos de prisão, e multa de 10 mil dólares.

Esses cartazes foram instalados principalmente em bairros habitados por negros e pessoas de baixa renda, e líderes comunitários dizem que o objetivo deles é intimidar esses grupos, e também hispânicos e ex-detentos -- populações que tendem a votar no Partido Democrata.

Os outdoors foram pagos por um grupo anônimo que se descreve apenas como uma "fundação familiar privada".

A vereadora Phyllis Cleveland, cujo distrito eleitoral em Cleveland inclui vários lugares onde os outdoors foram instalados, disse que o objetivo da campanha publicitária é intimidar eleitores.

"Estou preocupada de que eles realmente assustem alguns ex-detentos, pessoas com antecedentes criminais que podem votar", disse Cleveland, acrescentando que há confusão sobre o voto de condenados, o que é ilegal em alguns Estados. Em Ohio, em 12 outros Estados e em Washington D.C., condenados que não estejam atrás das grades podem votar.

Em resposta às queixas, a empresa dona dos outdoors, a Clear Channel Outdoor, disse na semana passada que irá retirar as cerca de 140 peças polêmicas em Ohio e Wisconsin, que deveriam ser mantidas até 6 de novembro. A empresa disse ter regras contra mensagens políticas anônimas, e que errou ao aceitar o contrato.

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