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EUA: desilusão pode fazer com que 90 milhões deixem de votar

Além disso, hispânicos e afro-americanos agora estão sujeitos a uma série de leis eleitorais mais restritivas

Obam e Romney: há pouco entusiasmo pelos candidatos presidenciais (Saul Loeb/AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2012 às 17h26.

Charlotte - Segundo análise do Centro de Estudos Eleitorais Americanos, organização não partidária com sede em Washington, cerca de 90 milhões de americanos não votarão na próxima terça-feira, com destaque para os hispânicos e afro-americanos.

Estes grupos, agora estão sujeitos a uma série de leis eleitorais mais restritivas, que dificultam seu direito a voto em 6 de novembro. Além disso, há pouco entusiasmo pelos candidatos presidenciais, o atual governante do país, o democrata Barack Obama, e o republicano Mitt Romney.

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"Há desconfiança nos líderes, nos partidos políticos, falta de conhecimento sobre o processo eleitoral, o tom negativo das campanhas e suas mensagens, as mesmas promessas que não são cumpridas", afirmou Curtis Gans, diretor do organismo.

Apesar da apatia ou desilusão de alguns eleitores, segundo o Pew Hispanic Center, o eleitorado hispânico cresceu em "tamanho e importância", entre 2008 e 2012, atingindo 23,7 milhões aptos a votar. Isso representa um aumento de mais de quatro milhões se comparado ao número das últimas eleições , nas quais dez milhões votaram.

De acordo com os prognósticos da Associação Nacional de Funcionários Eleitos e Designados, pelo menos 12,5 milhões de hispânicos votarão, enquanto o Southwest Voter Registration Project estima o número em 10,5 milhões.

Em 2012, os latinos representam 11% do total dos eleitores no país e o "fator decisivo" em nove estados-chave, que somam 101 votos no colégio eleitoral dos 270 que são necessários para chegar à Casa Branca.

"A grande incógnita será quantos realmente votarão e, se confirmaremos as estatísticas demográficas, de que um aumento de população resultará em mais eleitores", explicou à Agência Efe, Mark Hugo López, diretor associado do Pew Hispanic Center.

Segundo o analista, é difícil prever se haverá uma grande abstenção do eleitorado hispânico nas urnas, já que alguns grupos como os jovens que acabaram de completar 18 anos, ou moradores da Califórnia e Texas, "poderiam não estar tão entusiasmados".

Outro fator que poderia manter muitos eleitores afastados das urnas é que em 33 estados se pede o documento de identidade na hora da votação. De acordo com o Centro Brennan, cerca de 11% dos cidadãos americanos não têm a identificação do Governo com foto. A maioria desse grupo é formada por idosos, jovens sem nível superior e hispânicos.

Diante de um panorama pessimista, entidades estão tentando promover campanhas para estimular o voto nestas eleições.

O Conselho Nacional da Raça conseguiu o registro de 65 mil latinos de todo o país, inclusive em estados que não são tradicionalmente "hispânicos" como Carolina do Norte e Pensilvânia.

Outro organismo, a Liga de Cidadãos Latino-Americanos Unidos (Lulac), por sua vez, conseguiu cadastrar 12 mil eleitores, em 22 estados.

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