Portugal, Itália e Espanha foram os principais responsáveis pela alta do desemprego na zona do euro (Ben Stansall/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2010 às 10h37.
Bruxelas - O desemprego na zona do euro bateu um novo recorde em abril ao subir um décimo em relação a março, chegando a 10,1% da população economicamente ativa, impulsionado pela taxa da Espanha (19,7%), o país com a maior taxa da região.
No conjunto da União Europeia, o índice de desemprego se manteve estável em abril, aos 9,7%, em relação a março, informou hoje o escritório estatístico comunitário, o Eurostat.
Um ano antes, o desemprego afetava 9,2% da população ativa nos países do euro e 8,7% em toda a UE.
O país que registrou em abril a taxa mais elevada de desemprego de toda a UE foi a Letônia, com 22,5%, enquanto as mais baixas corresponderam à Holanda (4,1%) e à Áustria (4,9%).
No que se refere às maiores economias da UE, o desemprego caiu na Alemanha (de 7,3% em março para 7,1% em abril), se manteve estável na França (10,1%) e aumentou na Itália (de 8,8% a 8,9%). Para o Reino Unido, não há dados disponíveis.
Segundo os dados do Eurostat, a UE acumulou em abril até 23,311 milhões de trabalhadores sem emprego, dos quais 15,86 milhões estavam nos países do euro (um total de 25 mil pessoas mais que no mês anterior nas duas regiões).
Nos últimos 12 meses, passaram a fazer parte das listas de desemprego 2,4 milhões de pessoas em toda a União e 1,275 milhão nos 16 países que compartilham a moeda única.
A Espanha, com 19,7% da população ativa desempregada, foi a líder absoluta em termos de desemprego dentro da zona do euro. Já no conjunto da UE só foi superada pela Letônia (22,5%), seguida de perto pela Estônia (19%) e pela Lituânia (17,4%).
Os três países bálticos foram os membros da UE onde o desemprego subiu com mais força no último ano: 8 pontos na Estônia, 7,1 na Letônia e 6,2 na Lituânia.
Na Espanha, o desemprego cresceu em 12 meses 2 pontos, acima da média da zona do euro (0,9 pontos) e da UE (1 ponto).
A informação do Eurostat mostra que o grupo de menores de 25 anos continua sendo o mais afetado pela crise.
Em abril, na zona do euro, não tinham emprego 20% dos trabalhadores jovens, uma taxa que na UE chegava a 20,6%. Um ano antes, as duas áreas apresentavam taxas respectivas de 19,3% e 19,2%.
A situação dos jovens é especialmente dramática na Espanha, onde 40,3% deles não possui trabalho (3,4 pontos mais que um ano antes), seguida pela Eslováquia (34,1%) e Itália (29,5%).
No extremo oposto, estão a Holanda (onde só 8% dos jovens estão sem emprego) e a Alemanha (9,5%).
Já em relação a gênero, nos países da moeda única, o desemprego afeta 10% dos homens e 10,2% das mulheres, frente aos números de um ano atrás, quando o desemprego masculino estava em 9% e o feminino em 9,5%.