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Desastres naturais e inflação aumentaram custos dos seguros em 2022

Este é o segundo ano consecutivo em que os valores de indenização por catástrofes naturais ultrapassaram os US$ 100 bilhões

A tempestade tropical Ian vista do céu (AFP/AFP Photo)

A tempestade tropical Ian vista do céu (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 22 de março de 2023 às 11h31.

Última atualização em 30 de março de 2023 às 14h36.

Os desastres naturais aumentaram os custos das seguradoras em 2022 e a inflação as tornou ainda mais caras, revelou a resseguradora Swiss Re nesta quarta-feira (22).

Os custos, em constante aumento por 30 anos, podem continuar subindo devido às mudanças climáticas, alertou a Swiss Re.

Os prejuízos econômicos causados por desastres naturais atingiram US$ 275 bilhões em 2022, uma queda de 5,8% em relação aos US$ 303 bilhões em 2021, disse o grupo de seguradoras com sede em Zurique.

Mas os danos cobertos pelas seguradoras aumentaram 3,3% em relação a 2021, fixando-se em US$ 125 bilhões, devido em parte a uma "inflação excepcional", disse Martin Bertogg, diretor de cobertura de catástrofes, citado no comunicado.

Este é o segundo ano consecutivo em que os valores de indenização por catástrofes naturais ultrapassaram os US$ 100 bilhões, disse a Swiss Re.

A inflação aumentou os custos de indenização, principalmente para prédios, casas e veículos danificados por desastres naturais.

O aumento dos custos de materiais e a escassez de mão de obra também levaram a custos mais altos para reparos em edifícios.

Nos Estados Unidos, o custo agregado de substituição de edifícios aumentou 40% em 2022 em relação ao início de 2020.

"Embora a inflação possa cair, a crescente concentração de valor em áreas vulneráveis a catástrofes naturais continua sendo um fator-chave no aumento dos custos", disse Bertogg.

A Swiss Re destacou que houve uma tendência de aumento de 5% a 7% nos prejuízos médios anuais nos últimos 30 anos.

"Esperamos que a tendência continue. O crescimento foi e será impulsionado pela gravidade crescente das perdas por catástrofes individuais (...) e um cenário de intensificação dos riscos devido às mudanças climáticas", segundo a gigante dos resseguros.

O que foi o furacão Ian?

O furacão Ian foi de longe o evento mais caro do ano passado, com perdas de seguros avaliadas em US$ 50-60 bilhões.

A tempestade foi a segunda catástrofe natural mais cara para as seguradoras desde o furacão Katrina em 2005.

Ian, um furacão de categoria 4, matou mais de 150 pessoas, quase todas na Flórida, destruiu bairros inteiros e deixou 4 milhões de pessoas sem energia.

Segundo o relatório, todas as regiões do mundo sofreram algum evento significativo.

Em fevereiro de 2022, as tempestades Eunice, Dudley e Franklin no noroeste da Europa causaram juntas mais de US$ 4 bilhões em perdas de seguros.

A França teve sua maior perda anual (US$ 5 bilhões) com tempestades de granizo.

As perdas globais por inundações ficaram acima da média, com o principal evento no leste da Austrália entre fevereiro e março de 2022.

"Isso resultou em perdas de seguro de US$ 4,3 bilhões, o maior custo para uma catástrofe natural na Austrália", disse a Swiss Re.

No Brasil, as chuvas ficaram abaixo da média e afetaram as colheitas, principalmente de soja e milho, gerando perdas de seguros de US$ 1 bilhão.

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