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Derrota em Montreal pressiona Trudeau a renunciar ao governo do Canadá

Premiê já disse que vai liderar seu partido até o próximo pleito geral, pevisto para 2025

Justin Trudeau está no poder desde 2015 e enfrenta problemas com a inflação e moradias (Patrick Doyle/Reuters)

Justin Trudeau está no poder desde 2015 e enfrenta problemas com a inflação e moradias (Patrick Doyle/Reuters)

Publicado em 17 de setembro de 2024 às 10h12.

O Partido Liberal, do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, perdeu uma cadeira no Parlamento que ocupou por décadas, em uma eleição especial em Montreal. A derrota provavelmente aumentará a pressão sobre o líder do Canadá para renunciar.

O Bloc Québécois, um partido nacional que apoia a independência de Quebec, venceu por pouco a disputa realizada na segunda-feira, de acordo com os resultados finais divulgados na manhã de terça-feira. Foi a segunda derrota eleitoral pesada dos liberais em três meses.

De acordo com o New York Times, o resultado mostrou que o apoio aos liberais evaporou, mesmo em seus últimos redutos, antes da próxima eleição geral, que deve ser realizada em 2025. Trudeau prometeu liderar o partido e disse no fim de semana que não desistiria mesmo se os liberais perdessem na segunda-feira.

A derrota pode definir um ponto final para o terceiro mandato de Trudeau, no poder desde 2015. O principal partido conservador da oposição provavelmente redobrará seus esforços para derrubar rapidamente seu governo, já que as pesquisas preveem que os conservadores vencerão a eleição. No ano passado, os índices de aprovação do premiê estagnaram pouco acima de 20% e ficaram atrás dos de Pierre Poilievre, o líder conservador, por dois dígitos.

Para sobreviver, o primeiro-ministro poderia recorrer cada vez mais ao Bloc Québécois e a outro pequeno partido da oposição, os Novos Democratas. Ambos podem preferir lidar com os liberais para obter vitórias para si mesmos, em vez de enfrentar uma potencial maioria conservadora que poderia facilmente aprovar uma legislação por conta própria.

A eleição em Montreal, realizada para preencher uma única cadeira vaga na Câmara dos Comuns do Parlamento, assumiu uma importância fora do comum porque foi vista como um referendo sobre o governo Trudeau, segundo o NYT.

Depois que seu partido perdeu inesperadamente uma eleição especial em junho — em Toronto, outro reduto liberal —, o primeiro-ministro enfrentou apelos de dentro de seu próprio partido para renunciar. Trudeau rejeitou as críticas e usou seus poderes como líder do partido para reprimir a dissidência interna.

No parlamentarismo, os governos podem renunciar ou serem forçados a sair se perderem apoio político, o que leva a eleições antecipadas para formar um novo governo.

Oposição lidera pesquisas

Os conservadores agora lideram as pesquisas em todo o Canadá — exceto na província francófona de Quebec. Uma pesquisa da Leger poll, na semana passada, mostrou que os conservadores, hoje na oposição, teriam 45% dos votos, ante 25% dos liberais.

Já a popularidade de Justin Trudeau despencou. Sua administração é vista como fora de sintonia com as [grifar]preocupações dos canadenses comuns, como o alto custo de vida, a escassez de moradias, problemas decorrentes do número recorde de trabalhadores temporários e estudantes estrangeiros.

O governo também foi acusado de minimizar a ameaça de interferência estrangeira na política canadense. Ele se opôs por muito tempo a um inquérito público sobre a questão, que agora está em andamento e revelou tentativas da China e da Índia de interferir nas eleições locais.

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