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Delegado confirma relação de Perillo e Cachoeira

O responsável pelo inquérito da Operação Monte Carlo disse que o bicheiro teve participação direta na compra de uma casa do administrador estadual goiano

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O empresário Carlos Augusto Ramos, também conhecido como "Carlinhos Cachoeira", testemunha no Congresso (Reuters)

O empresário Carlos Augusto Ramos, também conhecido como "Carlinhos Cachoeira", testemunha no Congresso (Reuters)

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Alana Rizzo, Aldredo Junqueira, Eugênia Lopes

Publicado em 11 de maio de 2012 às, 08h50.

Brasília - O depoimento do delegado federal, Matheus Mela Rodrigues, na tarde desta quinta à CPMI do Cachoeira, complicou ainda mais a situação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e outros integrantes da cúpula da administração estadual. Além de confirmar encontros e ligações telefônicas entre o tucano e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o responsável pelo inquérito da Operação Monte Carlo disse que o bicheiro teve participação direta na compra de uma casa do administrador estadual goiano.

De acordo com parlamentares que acompanharam as mais de oito horas de sessão, Rodrigues disse que foram usados três cheques de Leonardo Almeida Ramos, sobrinho de Cachoeira, na aquisição do imóvel localizado em Alphaville, condomínio de luxo em Goiânia, que pertencia a Perillo. Foi neste imóvel que o bicheiro foi preso no dia 29 de fevereiro, data em que a operação da PF foi desencadeada.

Os três cheques repassados ao governador goiano somavam R$ 1,4 milhão, segundo o delegado federal. Duas folhas eram de R$ 400 mil e a outra de R$ 600 mil. "Ele confirmou que foram três cheques", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Na avaliação do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), as informações do delegado confirmam que a casa foi vendida de Perillo para Cachoeira. "A casa em que ele foi preso pertencia anteriormente a Perillo. Logo, foi uma venda do governador para Cachoeira", disse. Ao confirmar ter ouvido do delegado sobre os cheques do sobrinho de Cachoeira para o governador de Goiás, o senador tucano Cássio Cunha Lima (PB) argumentou que a transação mostra que o negócio foi lícito. "Se houve um cheque, foi um negócio lícito", disse o tucano.

A transação foi revelada nos autos da operação. O delegado não apresentou à comissão cópia dos cheques do sobrinho do bicheiro. Esses documentos ainda podem constar do farto material apreendido durante a operação, mas que ainda não foi periciado. O conteúdo apreendido em 28 dos 80 locais de busca e apreensão visitados pela PF no dia da operação ainda não foi sequer tocado.

As revelações do delegado fizeram com que o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), admitisse submeter à votação do colegiado na próxima quinta-feira a revisão do cronograma de trabalho da comissão para permitir a convocação de Perillo. As convocações dos governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Sérgio Cabral Filho (PMDB), do Rio de Janeiro, também poderá ser submetida à votação no dia 17. Todos os requerimentos serão individuais.


Em nota, o governador que a venda da casa foi intermediada "pelo sr. Wladmir Garcêz, que inicialmente se apresentou como comprador do imóvel e, na escrituração, ele disse que o comprador seria o sr. Walter Paulo. Em seguida o sr. Wladmir levou os cheques ao governador. Na época o governador não observou o nome do emitente pois a casa só seria escriturada após a devida quitação."

Segundo Perillo, "trata-se de patrimônio pessoal do governador e foi vendida rigorosamente dentro da lei e declarada no Imposto de Renda em uma transação que, absolutamente, nada tem a ver com a atividade pública do governador.

Se o governador tivesse alguma dúvida com relação à legalidade da transação e não tivesse agido de boa fé, não teria declarado a venda de forma transparente no Imposto de Renda. Tanto é que o governador depositou os três cheques em sua conta corrente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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