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Defesa de Pistorius questiona depoimentos de vizinhos

Advogado tentou minar os depoimentos de algumas das testemunhas, que disseram ter ouvido gritos e tiros na noite de que o atleta matou sua namorada

Atleta paralímpico Oscar Pistorius durante o julgamento pelo assassinato de sua namorada, Reeva Steenkamp, em Pretoria  (Alon Skuy/Reuters)

Atleta paralímpico Oscar Pistorius durante o julgamento pelo assassinato de sua namorada, Reeva Steenkamp, em Pretoria (Alon Skuy/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2014 às 10h34.

Pretória - O principal advogado de defesa de Oscar Pistorius no seu julgamento pelo assassinato da modelo Reeva Steenkamp questionou nesta quarta-feira e tentou minar os depoimentos de algumas das testemunhas apresentadas pela acusação, que disseram ter ouvido gritos e os tiros na noite de que o atleta paralímpico matou a sua namorada. O advogado Barry Roux disse que as semelhanças nos relatos dos fatos indicam que eles fizeram suas versões coincidirem em detrimento da verdade.

Um dos vizinho de Pistorius que participa do julgamento, Charl Johnson retomou seu depoimento nesta quarta-feira após, no dia anterior, dizer no tribunal que escutou os gritos e disparos na madrugada do dia 14 de fevereiro de 2013, quando o atleta paralímpico matou Reeva. Sua esposa, Michelle Burger, havia feito uma declaração semelhante e chegou a chorar quando se lembrou do que ela classificou como gritos de terror de uma mulher.

Advogado de defesa, Roux disse que há diferenças entre o que disseram à polícia logo após a morte de Reeva e o depoimento deles no tribunal. Roux também insinuou que o que eles dizem no tribunal pode estar contaminado porque eles teriam treinado o que iam dizer. "Eles podem ter ficado juntos no local das testemunhas", disse Roux. "O que lhes parece isso?".

O comentário levou Roux a ser chamado a atenção pelo juiz Thokozile Masipale - ele disse que o advogado foi longe demais. Roux também afirmou que as partes cruciais do depoimento do casal não estavam nos comentários iniciais que fizeram para a polícia, incluindo aqueles em que relatam o aumento da intensidade e da ansiedade nos gritos de uma mulher - Reeva - e como eles desapareceram após o barulho dos tiros.

Johnson disse que talvez ele e sua esposa foram mais expressivos ao dar o testemunho ao tribunal do que no relato apresentado à polícia. "Eu acho que isso pode ser devido à forma como se conta a história verbalmente", disse. "É muito mais emocional (o depoimento), enquanto a declaração é mais factual".

No início da audiência desta quarta-feira, o promotor Gerrie Nel disse que no dia anterior foi lido no tribunal o número do telefone de Johnson. Este revelou que desde

então, ele tem recebido inúmeras ligações e mensagens de desconhecidos. Entre elas, algumas questionam o seu depoimento e defendem Pistorius.

O atleta paralímpico admite ter matado Reeva, mas disse que cometeu um terrível engano ao pensar que se tratava de um ladrão na sua casa. Os promotores acreditam que o atleta de renome mundial atirou em sua namorada depois de uma briga e depois tentou montar uma farsa para esconder que teve uma acalorada discussão antes dos disparos fatais.

O sul-africano de 27 anos, ganhou notoriedade ao ser o primeiro competidor paralímpico a disputar uma edição da Olimpíada, a de 2012, em Londres. Além disso, Pistorius possui oito medalhas paralímpicas, sendo seis de ouro.

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