Mauricio Macri: "O Brasil tem as ferramentas internas suficientes para resolver a crise", disse a chanceler (Jorge Adorno/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de maio de 2017 às 11h51.
Última atualização em 19 de maio de 2017 às 11h51.
Buenos Aires - A chanceler da Argentina, Susana Malcorra, assegurou nesta sexta-feira que o Governo de Mauricio Macri segue a crise política no Brasil com muito "interesse", desejou que se resolva com a "maior brevidade possível pelo bem dos brasileiros" e transmitiu confiança nas instituições do país.
"No Governo argentino estamos seguindo este minuto a minuto", disse Malcorra, em declarações feitas ao jornal "Clarín" no Japão, onde acompanha Macri em visita oficial.
A chanceler contou que falou com o presidente argentino sobre o tema e que ele está "preocupado", embora tenha "dito que as instituições do Brasil são mais sólidas que as da Argentina".
"Acreditamos que suas instituições são suficientemente fortes para manejar esta situação", expressou Malcorra em declarações ao jornal "La Nación".
"O Brasil tem as ferramentas internas suficientes para resolver a crise. Ninguém pode se meter e se envolver de maneira apressada e prematura. Vamos estar perto e disponíveis, mas, insisto, é um tema interno de Brasil", afirmou a chanceler.
Sobre uma possível renúncia de Michel Temer, Malcorra pediu para não "se adiantar" aos acontecimentos porque "a situação muda minuto a minuto".
"O presidente Temer deu declarações nas quais disse que não vai apresentar a renúncia, que o que se alega ter dito não é o que ele disse; mas também vi que já houve uma autorização para tornar pública a gravação. Certamente tudo isso precipita as coisas, mas o Brasil tem em sua Constituição um mecanismo de resolução", disse.
Além disso, a chanceler reconheceu que a situação no país vizinho, seu principal parceiro comercial, vai "rebater" na Argentina.
"Associada a esta situação também está nossa própria ligação com o Brasil, que começou uma recuperação (econômica) no primeiro trimestre (deste ano). Esperamos que este impasse gerado nesta crise, de índole política, não tenha um impacto na recuperação econômica, que é muito importante não só para o Brasil senão para toda a região", disse Malcorra.