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De crianças a refugiados: conheça as vítimas do ataque na Nova Zelândia

Embora as autoridades ainda não tenham divulgado a identidade dos 50 mortos no ataque, já se sabe que entre as vítimas há crianças, mulheres e refugiados

Nova Zelândia: duas crianças estão entre os 50 mortos do massacre (Jorge Silva/Reuters)

Nova Zelândia: duas crianças estão entre os 50 mortos do massacre (Jorge Silva/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de março de 2019 às 11h18.

Christchurch — Mucab Ibrahim, uma criança de três anos, e Abdullahi Dirie, de quatro, são as vítimas mais jovens do ataque contra duas mesquitas na cidade neozelandesa de Christchurch, que deixou 50 mortos e 50 feridos na sexta-feira.

Embora as autoridades ainda não tenham divulgado os nomes das vítimas, a imprensa local revelou as identidades de alguns mortos no brutal ataque supostamente cometido pelo australiano supremacista branco Brenton Tarrant.

Entre as vítimas há residentes, refugiados e imigrantes.

"Verdadeiramente pertencemos a Deus e a ele retornaremos - sentirei saudades, querido irmão", escreveu Addifatah, irmão de Mucad, que morreu na mesquita de Al-Noor, na rede social Facebook.

Abdullahi, filho de uma família que emigrou à Nova Zelândia desde a Somália, morreu devido aos ferimentos, enquanto seus quatro irmãos e seu pai sobreviveram ao massacre, segundo o jornal "New Zealand Herald".

A ONG Syrian Solidarity New Zealand confirmou que Khaled Mustafa, um refugiado sírio, morreu junto com seu filho Hamza, de 16 anos, na mesquita de Al Noor, enquanto seu outro filho ficou ferido e teve que passar por uma cirurgia de urgência.

A mãe de Hamza explicou aos veículos de imprensa que seu filho estava falando com ela por telefone quando foi baleado.

"Disse 'mamãe, há alguém que entrou na mesquita e está atirando". Ele estava correndo junto com seu irmão, que foi atingido na perna, explicou Salwa Mustafa, esposa e mãe das vítimas.

Hamza e o malaio-neozelandês Sayyad Milne, de 14 anos, foram recordados pelos seus companheiros de escola em Christchurch em um ato de homenagem às vítimas.

Naeem Rashid, um mestre de 50 anos de origem paquistanesa, morreu ao ser ferido quando tentou tirar a arma do agressor na mesquita de Al Noor, ataque que também matou seu filho Talha, de 21 anos.

O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, afirmou no Twitter que Rashid será reconhecido com uma "condecoração nacional" devido à sua coragem.

Husna Ahmed, uma mulher de 45 anos, também perdeu a vida pelas mãos do agressor.

"Acredito que alguns, a propósito, estão tentando acabar com a harmonia na qual vivemos na Nova Zelândia com a diversidade. Mas não vão ganhar, não vão ganhar", afirmou seu marido, Farid Ahmed, de original de Bangladesh.

Outra vítima mortal é Atta Elayyan, um residente de 33 anos que era goleiro de futebol de salão e trabalhava como chefe-executivo na empresa de consultoria de tecnologia LWA Solutions, que fundou em 2010.

Daoud Nadi, um afegão que se refugiou na Nova Zelândia fugindo da invasão soviética do Afeganistão nos anos 80, foi uma das vítimas mortais a ser identificada.

Nadi, de 71 anos, era presidente de uma associação local de afegãos e uma pessoa conhecida pelo seu trabalho social entre a comunidade imigrante.

O indonésio Lilik Abdul Hamid, de 58 anos, trabalhava como engenheiro de manutenção na companhia aérea Air New Zealand, que elogiou seu funcionário, outro dos falecidos na sexta-feira.

Junaid Mortara (35 anos), Husne Ara Parvin (42), Ansi Alibava (25), Ozair Kadir (25) e Ramiz Vora e seu filho Asif são outros nomes das vítimas do massacre que comoveu a Nova Zelândia e colocou em evidência os efeitos letais dos discursos de ódio.

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