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Dados sobre covid são 'transparentes', diz governo chinês

Fim dos testes obrigatórios e a mudança na definição de óbito por covid-19 colocam dados em dúvida; especialistas estimam que pode haver até 9.000 mortes por dia por coronavírus

Covid-19 na China: país garante que dados são corretos (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Covid-19 na China: país garante que dados são corretos (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

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AFP

Publicado em 30 de dezembro de 2022 às 09h18.

O governo chinês insistiu em que seus dados sobre as mortes por covid-19 sempre foram transparentes — informou a mídia estatal, apesar de os números oficiais não parecerem refletir a situação nos hospitais e crematórios do país.

A publicação de todas as informações sobre o vírus é feita "com espírito de abertura", garantiu Jiao Yahui, da Comissão Nacional da Saúde, em uma reunião com a imprensa organizada pelo Conselho de Estado, de acordo com informações da agência de notícias Xinhua.

O órgão nacional de controle de doenças contabilizou 5.500 novos casos e uma morte nesta sexta-feira (30).

O fim dos testes obrigatórios e a mudança na definição de óbito por covid-19 colocam, no entanto, em dúvida, se esses dados refletem a magnitude da atual onda epidêmica no país.

Alguns especialistas estimam que pode haver até 9.000 mortes por dia por coronavírus.

"A China sempre publicou informações sobre mortes e casos graves de covid-19 com espírito de abertura e transparência", reforçou Jiao Yahui.

Ele explicou que a China tem contabilizado como vítimas do coronavírus apenas as pessoas que morreram de insuficiência respiratória induzida pela infecção após testarem positivo em um teste de PCR. Outros países incluem todas as pessoas falecidas em um prazo de até 28 dias após testar positivo para a doença.

"A China sempre se comprometeu com critérios científicos ao julgar as mortes por covid-19", insistiu Jiao.

Já a empresa de análise de riscos sanitários Airfinity estima que haja 9.000 mortos e 1,8 milhão de pessoas infectadas por covid diariamente na China e prevê 1,7 milhão de óbitos no país até o final de abril.

A companhia britânica disse que seu modelo é baseado em dados das províncias chinesas antes da implementação das mudanças na contagem do número de casos, combinado com a evolução da epidemia que ocorreu em outros países quando as restrições foram suspensas.

Após quase três anos de uma política de "covid zero", a China suspendeu no início deste mês inúmeras restrições e, esta semana, anunciou que revogaria as quarentenas obrigatórias para viajantes internacionais.

Isso levou países como Estados Unidos, Itália, Japão e Índia a imporem restrições aos passageiros procedentes da China.

A Coreia do Sul seguiu o exemplo nesta sexta-feira, limitando o número de voos da China e forçando os viajantes a apresentarem um teste de covid negativo.

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