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Cúpula da União Europeia discute adiamento do Brexit nesta quinta-feira

A primeira-ministra Theresa May defende o adiamento do Brexit até 30 de junho para que o parlamento britânico tome uma decisão sobre o acordo de saída

Brexit: todos os países-membros da UE devem aprovar a prorrogação da data de saída do Reino Unido do bloco (Yves Herman/Reuters)

Brexit: todos os países-membros da UE devem aprovar a prorrogação da data de saída do Reino Unido do bloco (Yves Herman/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de março de 2019 às 13h09.

Bruxelas — Os líderes da União Europeia (UE) começaram nesta quinta-feira uma reunião-chave para o futuro do Brexit, na qual analisarão a possibilidade de prorrogar a data de saída do Reino Unido do bloco, prevista para 29 de março, depois que o governo britânico solicitou o adiamento da mesma.

Assim que chegavam para a reunião, muitos líderes da UE se mostraram favoráveis a conceder ao Reino Unido esse breve adiamento, sempre e quando o parlamento de Westminster aprovar o acordo de saída fechado entre Londres e Bruxelas.

Na véspera da cúpula, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, considerou "possível" conceder à primeira-ministra britânica, Theresa May, um breve adiamento da data de saída do bloco, mas assinalou que esse prazo estará "condicionado à aprovação do acordo na Câmara dos Comuns" do parlamento do Reino Unido.

May defendeu hoje que o adiamento do Brexit até 30 de junho que solicitará aos líderes da UE daria tempo para que o parlamento britânico tomasse uma decisão sobre o acordo de saída, e que confia que a retirada acontecerá de forma ordenada.

"Uma extensão curta daria tempo para que o parlamento tomasse uma decisão final em cumprimento do resultado do referendo" de 2016, no qual os britânicos aprovaram o Brexit, disse May ao chegar à cúpula europeia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, que se mostrou convencida de que é possível conceder um "breve adiamento" para o Brexit, sempre e quando o parlamento britânico aprovar o acordo, disse hoje ao chegar à cúpula que os países da UE deverão trabalhar até o último minuto para evitar uma saída sem pacto.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, opinou por sua vez que os Estados-membros aprovarão a prorrogação solicitada pela primeira-ministra britânica com a condição de que o parlamento britânico aprove o acordo.

Já o presidente da França, Emmanuel Macron, se mostrou favorável a um adiamento "técnico" do Brexit, também com a condição de que a Câmara dos Comuns aprove o acordo de saída, e ressaltou que, sem o sinal verde de Westminster, a saída ocorreria sem pacto.

A presidente da Lituânia, Dália Gybrauskaité, disse que os países da UE "apoiarão" May no que for possível e concederão uma prorrogação, mas a duração da mesma ainda está em discussão e também serão discutidas certas "condições".

O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, afirmou que o adiamento "só é possível se for muito limitado no tempo e com a condição de que o parlamento britânico apoie finalmente o acordo de saída nos próximos dias".

Por sua vez, o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, indicou que as opções de negociação estão se esgotando, ao afirmar que os países da UE "já não buscam uma porta de saída, mas uma saída de emergência", enquanto o premiê da Letônia, Krisjanis Karins, insistiu que ninguém quer uma saída do Reino Unido sem acordo, mas opinou que tal possibilidade aumenta com o passar do tempo.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, advertiu que se o acordo de retirada for rejeitado novamente pelo parlamento britânico na semana que vem, será preciso convocar uma nova cúpula europeia.

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